Meteorologia tem papel chave na transição energética, afirma OMM

Agência defende uma transformação completa do sistema energético global, visando ao fim das emissões de gases nocivos até 2050

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) está ampliando atividades em prol da transição energética. O objetivo é apoiar os países com informações sob medida que ajudem na migração de fontes poluentes para a energia renovável.

A agência defende uma transformação completa do sistema energético global, visando ao fim das emissões de gases nocivos até 2050.

Cerca de 73% das emissões mundiais de gases do efeito estufa provêm do setor de energia, incluindo a indústria, os transportes e edifícios. Segundo a OMM, a transição precisa reduzir a poluição, mas ao mesmo tempo responder a uma crescente demanda por energia.

Para contribuir com esta meta, a OMM laçou a publicação, em inglês, Serviços Meteorológicos e Climáticos em Apoio à Transição Energética de Emissão Zero, com diretrizes e exemplos de boas práticas.

A agência afirma que o documento pode ajudar a direcionar investimentos que garantam que a infraestrutura energética seja mais eficiente, focada em fontes renováveis e preparada para choques climáticos.

O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que o relatório oferece “apoio oportuno” para países e empresas em busca de estratégias de energia limpa e sustentável.

Campo de energia eólica no Piauí, em março de 2009 (Foto: CreativeCommons/Otávio Nogueira)
“Mudar radicalmente”

A subsecretária-geral da agência, Elena Manaenkova, afirmou que, para limitar o aumento de temperatura global em 1,5º C, a geração de energia pela queima de combustíveis fósseis tem que “mudar radicalmente”.

De acordo com ela, fontes renováveis como solar, eólica e hídrica são moduladas pela meteorologia e pelo clima. A subsecretária afirma que os serviços dos órgãos que atuam nestes setores têm um papel chave na transição energética.

O sexto Relatório de Síntese de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) destacou que a última década foi a mais quente nos últimos 125 mil anos. Os dados apontam que as emissões globais de gases de efeito estufa continuaram a aumentar no último século devido ao uso insustentável de recursos.

Aumento do uso de energia renovável

Por outro lado, a OMM aponta que houve um aumento expressivo no uso de energias renováveis em nível mundial. A produção de energia eólica e solar, que representavam apenas 1,7% do total gerado em 2010, passou a representar 10% em 2021.

O levantamento indica ainda o crescimento do uso da inteligência artificial para melhorar previsões climáticas. A possibilidade de combinar modelos preditivos pode aumentar a precisão dos serviços meteorológicos.

Esses avanços são considerados estratégicos pela OMM na construção de uma matriz energética baseada em fontes renováveis. A agência acredita que a medição das condições climáticas terá cada vez mais conexão com a busca pela eficiência energética.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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