Com mudanças climáticas, países inteiros podem desaparecer, dizem especialistas

Relatório aponta que a influência humana num ritmo sem precedentes levou ao aquecimento do planeta,

As mudanças climáticas, com a perspectiva de um aumento médio da temperatura do planeta superior a 1,5º C, pode ser devastador para alguns países insulares do Pacífico. Especialistas sugerem que certas nações podem desaparecer devido ao aumento do nível do mar decorrente do aquecimento global, de acordo com o jornal britânico The Guardian.

Um relatório divulgado pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da sigla em inglês), na segunda-feira (9), aponta que a influência humana levou ao aquecimento do planeta e a situações climáticas extremas, com efeitos possivelmente irreversíveis.

“O relatório é alarmante”, disse Satyendra Prasad, embaixador de Fiji e representante permanente do país na ONU (Organização das Nações Unidas). “Ele apresenta alguns dos cenários catastróficos que temos pensado no Pacífico quanto ao aumento do nível do mar, à perda de terras baixas e à possível perda de países inteiros ainda neste século”.

Mudanças climáticas podem fazer países desaparecerem, dizem especialistas
Ilhas Fiji estão entre as nações ameaçadas pelo aumento do nível do mar (Foto: Eva Bane/Pixabay)

O relatório prevê cinco possíveis cenários, com base nos níveis de emissão de CO2 e outros gases do efeito estufa. O pior cenário fala em um aumento, ainda neste século, da temperatura global entre 3,6°C e 4,4°C acima dos níveis pré-industriais. Mesmo o cenário intermediário, com aumento de 2ºC, seria catastrófico, pois um aumento de 0,5ºC basta para causar eventos climáticos extremos.

Inundações e tempestades catastróficas têm ocorrido com frequência considerável. Antes, ocorriam com intervalos entre 50 e 100 anos. Agora, ocorrem a cada 10 anos. De imediato, concluímos que ciclones, superciclones e secas prolongadas se tornarão muito mais frequentes e intensos nas pequenas ilhas do Pacífico ”, disse Prasad.

Código vermelho

Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, o documento é “um código vermelho para a humanidade”, com uma evidência irrefutável: as emissões de gases a partir da queima de combustíveis fósseis e do desmatamento estão sufocando o planeta e colocando bilhões de pessoas em risco. Ele afirmou ainda que o relatório “deve soar como uma sentença de morte para os combustíveis fósseis, antes que destruam o planeta”. 

Diante do impacto causado pelo relatório do IPCC, governos se preparam para apresentar planos de redução de emissões de gases na Cop-26 (Cúpula do Clima), agendada para novembro, em Glasgow, na Escócia. Serão debatidas formas de manter o aquecimento global abaixo da marca de 2º C, conforme o Acordo de Paris, e de reforçar o compromisso mundial de reduzir as emissões em 43% até 2030.

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