Nova injeção de fundos de emergência é das mais baixas já registradas

Segundo a ONU, a 'terrível realidade' é que o financiamento não acompanha o ritmo das crescentes necessidades humanitárias

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

As Nações Unidas atribuíram US$ 100 milhões do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) para apoiar crises humanitárias subfinanciadas em sete países. O anúncio foi feito na terça-feira (20) pelo subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths. 

Em 2024, a primeira das duas vezes em que os fundos anuais são anunciados beneficia nações na África, nas Américas e no Oriente Médio. 

Sudão, RD Congo e Síria

Ao Sudão, à República Democrática do Congo e à Síria foram confirmados US$ 20 milhões a cada um. O propósito é ajudar os afetados por confrontos em curso. 

O Chade recebeu US$ 15 milhões para ações de apoio a refugiados e outros necessitados. Seguem-se o Níger com US$ 10 milhões, o Líbano com US$ 9 milhões e as Honduras com US$ 6 milhões. 

Refugiados do Sudão esperam para recolher itens não alimentares essenciais durante a distribuição em Koufroun, uma aldeia chadiana perto da fronteira com o Sudão (Unicef/Donaig Le Du)

O Escritório de Assistência Humanitária (Ocha) revelou que o valor é um dos mais baixos doados a crises menos financiadas do mundo nos últimos anos, refletindo “a redução do financiamento recebido pelo CERF em 2023, o mais baixo desde 2018.”

Outra razão para a redução do fundo é “a terrível realidade de que o financiamento dos doadores não consegue acompanhar o ritmo das crescentes necessidades humanitárias.”

Nova injeção de fundos de emergência

A ONU destaca que somente em 2023 o total para apoiar 250 milhões de pessoas afetadas por conflitos, catástrofes naturais, doenças e outras crises aumentou para US$ 56,7 bilhões, um valor recorde. 

O Escritório revelou que menos de 40% dos pedidos de financiamento foram recebidos no período e lembrou que as pessoas mais vulneráveis suportam o fardo dessas crises.

Com a nova injeção de fundos de emergência, a expectativa é impulsionar o apoio humanitário essencial às pessoas que enfrentam as piores crises globais. 

Martin Griffith lamenta o nível baixo da doação nos últimos anos, destacando que “o próprio impacto do CERF no salvamento de vidas enfrenta um sério desafio”. Segundo ele, o mecanismo é agora mais importante do que nunca e os Estados-membros devem fornecer financiamento total e oportuno.

Os fundos atribuídos também devem ser aplicados no reforço das parcerias com organizações locais e na melhora da responsabilização durante a cobertura de deslocamentos causados pelos conflitos em grande escala.

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