Países intensificam estratégias de segurança cibernética após aumento de ataques

ONU estima perda de até US$ 6 trilhões neste ano na área de proteção de dados pessoais e financeiros por crimes online

Um relatório da União Internacional de Telecomunicações (UIT), publicado nesta terça (29), indica que 64% dos países pesquisados adotam atualmente uma estratégia nacional de segurança cibernética, contra 58% dois anos antes. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o aumento de ataques e ameaças digitais levou os países a aumentar a proteção, mesmo diante dos desafios impostos pela crise de Covid-19, .

Até o final de 2020, ano marcado pela pandemia, 70% dos países ouvidos haviam realizado campanhas sobre segurança na internet. Em 2018, esse índice era de 66%.  A agência da ONU estima que o mundo pode perder US$ 6 trilhões neste ano na área de proteção de dados pessoais e financeiros por causa do crimes online.

De acordo com a UIT, os países trabalham para melhorar a segurança na internet com tecnologias da informação após a situação ter se agravado em 2020, quando muitas pessoas aderiram ao trabalho remoto.

Aumento de ataques e ameaças digitais levou os países a aumentar a proteção cibernética (Foto: Nahel Abdul Hadi/Unplash)

Durante seu discurso no Conselho de Segurança, a alta representante para Assuntos de Desarmamento da ONU, Izumi Nakamitsu, afirmou que o mundo precisa estar vigilante para compreender o uso malicioso das tecnologias digitais que pode pôr em risco a segurança das gerações futuras.

Para o secretário-geral da UIT, Houlin Zhao, em tempos difíceis como os atuais e com o aumento do número de pessoas dependendo das tecnologias de informação para conduzir a economia e a produção, é mais importante do que antes assegurar o espaço cibernético e criar a confiança dos internautas.

Serviços-chave

O relatório indica que cerca de 1 bilhão de pessoas usaram a internet pela primeira vez entre 2015 e 2019. Cidadãos de todo o mundo contam com seus governos para melhorar as normas de segurança e proteger dados pessoais e financeiros.

Internet recebeu cerca de 1 bilhão de novos usuários entre 2015 e 2019 (Foto: Mika Baumeister/Unplash)

Uma preocupação da agência é com serviços-chave como finanças, saúde e energia, que precisam corrigir possíveis falhas em seu sistemas cibernéticos. A UIT alerta também para a proteção de infraestrutura crítica, cada vez mais alvo de ameaças e ataques, como por exemplo o que ocorreu numa usina de combustível nos Estados Unidos.

Por último, a agência da ONU lista a necessidade de reforço contínuo online de proteção individual à medida que os criminosos avançam na quebra de segurança.

Risco sem fronteiras

Ao todo, são englobados pelo relatório 193 países-membros e o Estado da Palestina. Com o aumento da comunicação e do comércio digital, os riscos da segurança online ultrapassam as fronteiras.

Para a UIT, nenhuma entidade é capaz de garantir sozinha a segurança do chamado ecossistema cibernético global. Por isso, nações com maior capacidade devem apoiar as demais. 

No relatório, a agência avaliou a situação em cada país com base em cinco pilares da Agenda Global de Segurança Cibernética da UIT: medidas legais, medidas técnicas, organizacionais, capacidade de desenvolvimento e cooperação. Cada nação respondeu a um questionário com 150 perguntas.

Material adaptado do conteúdo publicado originalmente pela ONU News.

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