Varíola dos macacos deixa de ser uma emergência de saúde global, diz OMS

Mais de 87 mil casos foram registrados no ano passado, resultando em 140 mortes, mas ultimamente a propagação diminuiu drasticamente

Quase um ano depois de a varíola dos macacos ter sido declarada uma emergência de saúde pública de interesse internacional, a OMS (Organização Mundial da Saúde) suspendeu oficialmente na quinta-feira (11) seu alerta após uma diminuição acentuada no número de casos. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).

No entanto, segundo o diretor-geral da agência da ONU, Tedros Ghebreyesus, a doença silvestre com infecções humanas acidentais, que ocorrem pelo contato com as fezes do animal, ainda continua sendo uma ameaça. Em particular no continente africano, onde está presente há muito tempo.

“No entanto, como no caso do Covid-19, isso não significa que o trabalho acabou. A varíola dos macacos continua a representar desafios significativos de saúde pública que precisam de uma resposta robusta, proativa e sustentável”, alertou Ghebreyesus.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus (Foto: UN Photo)

Segundo ele, o vírus continua afetando comunidades em todas as regiões. “Principalmente na África, onde a transmissão ainda não é bem compreendida”, disse o diretor-geral, acrescentando que os casos relacionados a viagens também representam uma ameaça contínua.

O vírus, originalmente conhecido como Monkey Pox (mpox), se espalha através do contato direto com fluidos corporais e causa sintomas semelhantes aos da gripe, além de lesões com pus na pele.

Em julho de 2022, a doença estava se espalhando rapidamente, mas Ghebreyesus disse que a OMS “foi muito encorajada pela resposta rápida dos países”. 

“Agora vemos um progresso constante no controle do surto com base nas lições do HIV e trabalhando em estreita colaboração com as comunidades mais afetadas”, comemorou.

Segundo a OMS, cerca de 90% menos casos foram relatados nos últimos três meses, em comparação com os três anteriores. Foram mais de 87 mil casos e 140 mortes em todo o mundo relatadas, vindos de 111 países diferentes. O órgão também destacou que a maioria dos infectados se recupera sem tratamento em apenas algumas semanas.

A doença circula desde 1970 e ocorreu principalmente em áreas de floresta tropical da África Central e Ocidental. O mpox foi declarado emergência depois que casos começaram a surgir na Europa, América do Norte e outros lugares, principalmente entre homens gays e bissexuais.

Monkeypox não tem associação a nenhum grupo específico e pode atingir qualquer pessoa. Diante disso, Ghebreyesus observou que, embora o estigma tenha sido uma preocupação motriz na gestão da epidemia da varíola do mpox e continue a dificultar o acesso aos cuidados, “a temida reação contra as comunidades mais afetadas não se materializou em grande parte”.

Existe um risco particular associado àqueles que vivem com infecções por HIV não tratadas, acrescentou o chefe da OMS. Diante da situação, Ghebreyesus pediu aos países que mantenham a capacidade de teste e estejam prontos para responder prontamente se os casos aumentarem novamente.  

“Recomenda-se a integração da prevenção e cuidados com a mpox nos programas de saúde existentes , para permitir o acesso contínuo aos cuidados e uma resposta rápida para lidar com futuros surtos.” 

Tags: