Varíola dos macacos é emergência de saúde pública de interesse internacional, diz OMS

Entidade diz que risco de contágio é considerado alto na região europeia e moderado para o resto do mundo

A varíola dos macacos é agora uma emergência de saúde pública de interesse internacional, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). No anúncio, feito no sábado (23), em Genebra, o diretor-geral da agência da ONU, Tedros Ghebreyesus, listou as razões que levaram a  determinar a medida. A primeira delas são informações recebidas dos países, mostrando que o vírus se espalhou rapidamente para várias nações que antes não tinham casos.

Há um mês, 47 países notificaram 3.040 infectados à OMS. Atualmente, mais de 16 mil pacientes foram confirmados por 75 nações. Cinco mortes já foram provocadas pelo vírus, que se alastra através do contacto próximo com um paciente.

Tedros Ghebreyesus contou ainda que foram observados três critérios para se declarar a varíola dos macacos uma emergência de saúde pública de interesse internacional. A  decisão não é tomada desde a escalada do surto de Covid-19, em 2020.

Macaco: transmissão da doença parte do animal (Foto: danimeili/Pixabay)

O chefe da OMS disse ainda que o Comitê de Emergência da OMS não chegou a um consenso sobre os princípios científicos, mas provas e outras informações disponíveis ainda são insuficientes e deixam muitas incógnitas sobre a questão. Por último, ele apontou o risco existente para a saúde humana, para a disseminação internacional e para o potencial de interferência no tráfego internacional.

Pela avaliação da OMS, o risco de expansão da doença é moderado em nível global, exceto na região europeia, onde é alto. Ghebreyesus destacou que o surto se espalhou rapidamente pelo mundo através de novos modos de transmissão, sobre os quais se entende muito pouco e que atendem aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional.

O anúncio é acompanhado de recomendações para países que ainda não relataram um caso por mais de 21 dias. Em segundo lugar, ele apontou nações que relataram casos recentemente importados e veem passando pela transmissão entre humanos.

Entre as indicações para estas realidades estão a necessidade de se implementar uma resposta coordenada para interromper a transmissão e proteger grupos vulneráveis, engajando e protegendo comunidades afetadas.

A OMS pede ainda que se intensifiquem medidas de vigilância e saúde pública e sejam fortalecidos gestão clínica, prevenção e controle de infecções em hospitais e clínicas.

Outra sugestão da agência é a de que estas nações acelerem a pesquisa sobre o uso de vacinas, do tratamento e de outras ferramentas e possam seguir as recomendações sobre viagens internacionais.

O terceiro grupo de países integra aqueles onde a transmissão ocorra entre animais e humanos e o quarto os que contam com uma capacidade de fabricação de recursos como testes diagnósticos, vacinas e terapêuticas.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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