Entenda a situação dos brasileiros que tentam fugir do conflito entre Israel e Hamas

Brasileiros ficaram fora da lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza, e embaixador diz que saída pode ocorrer até o fim de semana

De fora da primeira leva de evacuações de Gaza pela fronteira de Rafah com o Egito, iniciada nesta sexta-feira (1º), 34 cidadãos brasileiros ainda aguardam ansiosamente a oportunidade de deixar a região assolada por conflitos entre as forças de Israel e o Hamas desde o dia 7 de outubro. Apesar disso, o governo brasileiro divulgou que mantém diálogos em andamento com as autoridades locais.

A lista permitiu que cerca de 500 pessoas deixassem a Faixa de Gaza, mas nenhum cidadão brasileiro foi incluído nessa relação. De acordo com o Itamaraty, entre os indivíduos autorizados a deixar o enclave estão palestinos em estado grave e cidadãos da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca, além de profissionais da Cruz Vermelha e membros de ONGs.

A situação gerou reações adversas no Brasil, ampliando preocupações particularmente entre as famílias que aguardam ansiosamente a repatriação de seus entes queridos.

Passagem da fronteira de Rafah, entre Gaza e o Egito (Foto: WikiCommons)

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, expressou sua compreensão em relação à angústia das famílias e assegurou que está empenhado em garantir a liberação, observando que outras listas serão encaminhadas, segundo reportagem do G1.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o presidente Lula e o ministro Mauro Vieira estão fazendo esforços junto a autoridades de vários países, incluindo Egito, Israel, Catar e a Autoridade Palestina, para ajudar na saída dos brasileiros que estão retidos em Gaza. Esses esforços continuarão “até que a saída seja efetivada”, disse a pasta.

Mais 48 horas

A angústia pode levar pouco tempo. Brasileiros atualmente na Faixa de Gaza foram informados de que há a possibilidade de eles deixarem a região em um prazo de até dois dias, utilizando a fronteira com o Egito. O embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto compartilhou essa informação durante uma entrevista ao Jornal da CBN.

Embora o Brasil não tenha sido incluído na lista de autorizados que saiu nesta quarta, o diplomata esclareceu que essa decisão não depende apenas do governo egípcio, mas também envolve as autoridades israelenses.

“Temos a expectativa de que este grupo de brasileiros possa sair nos próximos dois dias. Esta é a nossa expectativa, mas dependemos ainda de muitas informações, providências e conversas com autoridades – seja aqui no Cairo, seja em Tel Aviv e também em Ramallah, na Cisjordânia”, disse Carvalho Neto.

O embaixador também explicou que o governo federal possui um ônibus alugado com segurança, medicamentos e comida, pronto para acelerar a chegada da equipe brasileira a Rafah.

Além disso, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) já se encontra no Cairo, pronto para levar o grupo de volta ao Brasil, detalhou Carvalho Neto, acrescentando que há planos para contar com um psicólogo a bordo do voo para oferecer apoio ao grupo durante a viagem de volta ao Brasil.

De volta para casa

Enquanto isso, está prevista a chegada a Brasília de 32 brasileiros resgatados pelo governo federal na Cisjordânia na manhã desta quinta-feira (2), informou o Itamaraty. Eles saíram de 11 cidades com destino à Omã, capital da Jordânia. A Força Aérea Brasileira informou que a viagem compreende três paradas técnicas: uma em Roma, na Itália, a segunda em Las Palmas, na Espanha, e a terceira no Recife.

Com a chegada desses cidadãos, o número de brasileiros repatriados alcançará a marca de mais de 1,4 mil até o momento.

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