Agência da ONU confirma que líder do Hamas morto no Líbano era seu funcionário

A agência da ONU para refugiados palestinos confirmou que Fateh Sherif, designado pelo Hamas como líder no Líbano, era funcionário da UNRWA, mas estava sob investigação por suas atividades políticas

Uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas) confirmou que um homem que Israel descreveu como líder do Hamas no Líbano era um funcionário da organização, tendo sido morto em um ataque israelense. As informações são da rede Sky News.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês), criada em dezembro de 1949 pela Assembleia Geral da ONU após o primeiro conflito árabe-israelense, informou que Fateh Al Sharif estava sendo investigado por suas atividades políticas e estava em “licença administrativa” desde março.

Nesta segunda-feira (30), o exército israelense anunciou que havia “eliminado” Sharif em um ataque no Líbano, acusando-o de coordenar “atividades terroristas” com o Hezbollah. As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram em um comunicado que Sharif “liderou os esforços para fortalecer a presença do Hamas no Líbano e trabalhou para promover os interesses do Hamas no país, tanto no âmbito político quanto militar”.

Placa do escritório regional da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA) em Tiro, sul do Líbano (Foto: WikiCommons)

O Hamas informou que Sharif foi morto junto com sua esposa, filho e filha em um ataque que atingiu sua casa em um campo de refugiados palestinos na cidade de Tiro, no sul do Líbano, nas primeiras horas da manhã de segunda-feira, de acordo com a Reuters. Relatos indicam que ele era diretor da Escola Secundária Deir Yassin, administrada pela UNRWA, em al-Bass.

Em março, a UNRWA informou à Reuters que Sharif havia sido suspenso por três meses devido a alegações de envolvimento em atividades que “violaram as normas da agência relacionadas à conduta da equipe”. À época, a suspensão gerou protestos em larga escala e greves de professores no Líbano.

No ano passado, o governo israelense acusou mais de uma dúzia de funcionários da UNRWA em Gaza de envolvimento nos ataques de 7 de outubro, levando vários países, incluindo o Reino Unido, a suspender o financiamento à agência. Em julho deste ano, o novo governo trabalhista do Reino Unido reestabeleceu os pagamentos.

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