Agência da ONU registra morte de 92 trabalhadores humanitários em Gaza

Total de funcionários que perdem a vida em conflito é o maior da história da UNRWA em conflitos armados

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Mais de um mês após os ataques do Hamas a Israel e a consequente contraofensiva israelense, 92 trabalhadores da Agência da ONU para a Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) foram mortos. Além disso, pelo menos 26 ficaram feridos em confrontos entre as duas partes.

As Nações Unidas dizem que o total de trabalhadores humanitários que morreram é o maior ocorrido na história da organização durante um conflito. 

As duas ‎últimas vítimas fatais foram confirmadas na quarta-feira (8), após a queda de um projétil Sharpnel no pátio de uma escola em Khan Younis, cidade ao sul da Faixa de Gaza. O local abriga mais de cinco mil deslocados internos.

Céu da Faixa de Gaza cheio de fumaça devido aos pesados bombardeios (Foto: UNICEF/UNI44893)

Quase 1,5 milhão de pessoas foram deslocadas na Faixa de Gaza desde 7 de outubro. As 151 instalações da UNRWA abrigam 730 mil pessoas que fugiram de suas casas nas cinco províncias.

Em nota separada, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicou um relatório sobre a situação dos empregos e meios de subsistência na Faixa de Gaza. 

A agência aponta que a crise humanitária teve graves implicações ao causar o fechamento de pelo menos 61% de vagas. A proporção corresponde a 182 mil postos de trabalho desde o início dos confrontos.

Operações militares e crise humanitária

O conflito tem repercussão na Cisjordânia, onde cerca de 24% dos trabalhadores ficaram desempregados durante o mesmo período, ou 208 mil pessoas afetadas.

A estimativa é de que a perda nos rendimentos laborais chegue a US$ 16 milhões, e os “números devem aumentar com a piora das operações militares e da crise humanitária em Gaza.”

Criação de emprego através da recuperação intensiva de infraestrutura

A agência identificou três etapas de atuação num programa de resposta ao impacto da crise no mercado de trabalho e nos meios de subsistência dos palestinianos.

A prioridade vai para as obras de socorro ao auxílio imediato, como regimes de apoio emergencial aos meios de subsistência, aos trabalhadores palestinos que ao perderem seus empregos após a eclosão do atual conflito se encontram retidos na Cisjordânia.

A segunda fase é a recolha de dados e análise de impacto para ajudar a planejar, priorizar e aperfeiçoar as intervenções.

Por último, a etapa de recuperação deverá auxiliar na criação de emprego através da recuperação intensiva de infraestruturas e de outros meios, bem como em medidas de proteção social e recuperação de empregos e empresas.

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