‘Ameaças públicas de retorno à guerra’ pairam sobre o Iêmen, segundo enviado da ONU

Uma trégua inicial de dois meses, assinada em abril de 2022, expirou em outubro, após duas prorrogações

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) realizou na quarta-feira (16) um debate sobre o Iêmen, com participação de dois altos funcionários da organização.

O enviado especial ao país, Hans Grundberg, fez uma atualização sobre esforços de mediação, tanto no país quanto no exterior. Já a diretora de Operações e Advocacia do Escritório de Assuntos Humanitários, Edem Wosornu, relatou os impedimentos de acesso e lacunas de financiamento.

O Iêmen vive uma prolongada crise política, humanitária e de desenvolvimento após mais de oito anos de combates entre forças pró-governo e rebeldes houthis. 

Uma trégua inicial de dois meses, assinada em abril de 2022, expirou em outubro, após duas prorrogações.

Família busca pertences em escombros de antiga moradia na capital do Iêmen, Sanaa (Foto: YPN/Ocha0

Grundberg afirmou que a violência não retornou aos níveis anteriores à trégua. Além disso, as baixas civis diminuíram significativamente. No entanto, combates esporádicos e trocas de tiros continuam em algumas províncias.

O enviado especial mencionou “ameaças públicas de retorno à guerra.” Ele disse que essa retórica não é propícia à manutenção de um ambiente de mediação frutífero”.

Acesso e financiamento

Grundberg disse que os esforços de mediação continuam focados “na retomada de um processo político inclusivo”, liderado pela ONU. O objetivo é fornecer uma plataforma que reflita toda a pluralidade dos iemenitas.

Na frente humanitária, ambas as autoridades condenaram o assassinato do funcionário do Programa Mundial de Alimentos (PMA) Moayad Hameidi, na província de Taiz, em 21 de julho.

A diretora de Operações e Advocacia do Ocha disse que este ataque, e outros semelhantes, mostram “quão reais são as ameaças à segurança dos trabalhadores humanitários”. Ela citou atos de “violência, sequestro, assédio e desinformação”.

Wosornu acrescentou que o acesso e o financiamento são os maiores obstáculos para a ajuda humanitária no Iêmen. Como resultado, “as operações estão se tornando ainda mais difíceis e perigosas.”

Ela lembrou que o Plano de Resposta Humanitária do Iêmen recebeu US$ 1,34 bilhão dos US$ 4,34 bilhões exigidos, apenas 31% do que é necessário.

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