Bombardeio de Israel contra Beirute ameaça o frágil cessar-fogo com o Hezbollah

Ataque atingiu edifício residencial na capital libanesa e matou quatro pessoas, incluindo uma mulher, segundo autoridades locais

O frágil cessar-fogo entre Israel e Hezbollah sofreu um novo abalo na terça-feira (1º), quando um ataque israelense atingiu a capital libanesa, Beirute, pela segunda vez em menos de uma semana. Quatro pessoas morreram e sete ficaram feridas após mísseis atingirem os três andares superiores de um edifício no sul da cidade, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano. As informações são da rede CNN.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que o alvo era Hassan Ali Mahmoud Bdeir, membro do Hezbollah e acusado de colaborar com o Hamas na preparação de um “ataque terrorista significativo e iminente contra civis israelenses”. Em nota, Israel declarou que a ação teve como objetivo “neutralizar uma ameaça direta à segurança do Estado de Israel”.

Destruição após ataque aéreo nos subúrbios do sul de Beirute em 20 de setembro de 2024 (Foto: Dar al Mussawir-Ramzi Haidar/Unicef)

A ofensiva, que ocorreu sem aviso prévio às famílias que residiam no prédio, segundo testemunhas, gerou indignação entre as autoridades libanesas. “A persistência de Israel em sua agressão exige que intensifiquemos os esforços junto aos amigos do Líbano no mundo para apoiar nosso direito à plena soberania sobre nosso território”, disse o presidente libanês, Joseph Aoun.

Este é o segundo ataque israelense em Beirute desde o cessar-fogo intermediado pelos Estados Unidos em novembro. Na sexta-feira (28), Israel já havia bombardeado o bairro Dahieh, no sul da capital, em resposta a foguetes lançados do território libanês — fato negado pelo Hezbollah.

“Não permitiremos disparos contra nossas comunidades, nem mesmo uma garoa… atacaremos em qualquer parte do Líbano diante de qualquer ameaça ao Estado de Israel”, disse na ocasião o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O comando do Exército libanês classificou os bombardeios como “uma violação clara e reiterada da soberania do Líbano e da segurança de seus cidadãos”, além de uma afronta ao direito internacional e ao acordo de cessar-fogo. Mesmo com o pacto em vigor, Israel continua realizando ataques no sul do Líbano e mantém presença militar na região.

A Casa Branca manifestou apoio à ofensiva israelense, justificando que a resposta ocorreu após ataques de foguetes partindo do Líbano. “As hostilidades foram retomadas porque terroristas lançaram foguetes contra Israel a partir do Líbano”, afirmou um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

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