Israel admite encerrar as hostilidades com o Hezbollah sob a mediação norte-americana

Cessar-fogo de 60 dias serviria para implantar uma resolução da ONU que ainda carece de ajustes para agradar o Estado judeu

Um acordo vem sendo mediado pelos Estados Unidos para encerrar as hostilidades entre Israel e o Hezbollah, grupo extremista libanês apoiado pelo Irã. Duas fontes com conhecimento das negociações confirmaram a informação nesta quarta-feira (31), em contato com a agência Reuters, e disseram que o Estado judeu estaria disposto a aceitar a alternativa sob determinadas condições.

Inicialmente, os dois lados concordariam em estabelecer um cessar-fogo de 60 dias. Nesse período, seria colocada em vigor a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que foi adotada em 2006 e estabelece o sul do Líbano como uma área livre de armas que não estejam sob controle estatal.

Desfile do Hezbollah: acordo pode encerrar conflito com Israel (Foto: khamenei.ir/WikiCommons)

“Gostaríamos de reiterar que buscamos uma resolução diplomática que implemente totalmente a Lei 1701 e leve cidadãos israelenses e libaneses de volta às suas casas em ambos os lados da fronteira”, disse Sama Habib, porta-voz da embaixada dos EUA em Beirute.

Embora Israel não tenha se manifestado oficialmente sobre o andamento das negociações, as duas fontes ouvidas, um diplomata e uma autoridade que faz parte das conversas, disseram que o Estado judeu foi receptivo, embora o acordo ainda seja visto como “difícil”.

Anteriormente, os EUA propuseram uma solução semelhante, mas estabeleceram um cessar-fogo de 21 dias para implementação da Resolução 1701. Do lado israelense, a expectativa é a de que a regra da ONU seja fortalecida antes de ser aceita, de forma a melhor proteger sua fronteira das ações do Hezbollah.

Uma das exigências de Israel é a de que seja estabelecido um mecanismo pelo qual suas forças tenham o direito de realizar ataques aéreos caso constatem alguma violação por parte do grupo armado libanês.

Do lado do Hezbollah, a impressão de autoridades norte-americanas e israelenses é a de que existe a disposição de aceitar o acordo e inclusive se distanciar do Hamas. O recuo é resultado das duras ações militares de Israel que enfraqueceram bastante os dois grupos desde o início do conflito em Gaza, em 7 de outubro de 2023.

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