Os EUA usaram seus bombardeiros furtivos B-2, que raramente entram em ação, para atacar uma série de alvos subterrâneos dos Houthis no Iêmen, atingindo ao menos cinco depósitos de armas. Além de degradar a capacidade do grupo, que vem realizando ataques contra navios comerciais, a ação chega como uma mensagem ao Irã, que apoia os rebeldes iemenitas. As informações são da rede Al Jazeera.
“Esta foi uma demonstração única da capacidade dos Estados Unidos de atingir instalações que nossos adversários buscam manter fora de alcance, não importa quão profundamente enterradas, reforçadas ou fortificadas estejam”, afirmou o secretário de Defesa Lloyd Austin na quarta-feira (16), em um recado que parece direcionada mais a Teerã que aos próprios Houthis.

A operação ocorre em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio, com os Houthis envolvidos no conflito que teve início em 7 de outubro de 2023 com os ataques do Hamas contra Israel. Desde então, os iemenitas passaram sobretudo a atacar navios no Mar Vermelho, no Golfo de Áden e no Estreito de Bab al-Mandeb, sob o argumento de comprometer o fluxo de mercadorias rumo ao território israelense.
Os Houthis começaram a atacar navios comerciais em novembro de 2023, argumentando que servem a Israel e declarando apoio aos palestinos de Gaza durante no conflito. Com o tempo, porém, mesmo navios sem relação com o Estado judeu passaram a ser atacados.
Os Houthis confirmaram os ataques em seu canal de televisão, indicando que os alvos estão localizados na capital iemenita Sanaa, principal reduto da organização. A emissora não deu, entretanto, informações sobre a amplitude dos danos ou sobre eventuais vítimas.
“O emprego dos bombardeiros furtivos de longo alcance B-2 Spirit da Força Aérea dos EUA demonstra a capacidade global de ataque dos EUA para agir contra esses alvos quando necessário, a qualquer hora e em qualquer lugar”, afirmou Austin.
De acordo com o secretário, a operação é parte da missão mais ampla de “degradar a capacidade dos Houthis de continuar seu comportamento desestabilizador e de proteger e defender as forças e o pessoal dos EUA em uma das hidrovias mais críticas do mundo”.
De acordo com a agência Reuters, um oficial de defesa dos EUA, que falou sob condição de anonimato, confirmou que esta foi a primeira vez que um bombardeiro B-2 foi usado contra os Houthis. Trata-se de uma aeronave com capacidade nuclear usada somente em condições extraordinárias, vez que cada unidade custa aproximadamente US$ 1 bilhão.