Em meio à repressão, ONU insta Israel a permitir o trabalho de entidades humanitárias palestinas

Forças israelenses invadiram, revistaram e selaram escritórios de sete organizações palestinas de direitos humanos em Ramallah

Agências da ONU (Organização das Nações Unidas) e outros parceiros instaram Israel a permitir que organizações humanitárias e de direitos humanos continuem a trabalhar na Cisjordânia. Na quinta-feira (18), as forças israelenses invadiram, revistaram e selaram os escritórios de sete organizações palestinas de direitos humanos e humanitárias em Ramallah.

Os bens das entidades foram confiscados e destruídos, e ordens militares de fechamento dos escritórios foram deixadas no local.

O residente e coordenador humanitário da ONU na Palestina, Lynn Hastings, disse que as tentativas de fechamento “afetam todas as instituições que trabalham para promover os direitos humanos e o desenvolvimento e estão prestando assistência”.

Criança palestina que deixou sua casa na Faixa de Gaza, maio de 2021 (Foto: Unicef/Eyad El Baba)

As Nações Unidas e seus parceiros levam a sério as alegações de financiamento do terrorismo, bem como as designações israelenses dessas entidades como organizações ilegais e/ou terroristas.

Apesar das ofertas para revisar as acusações para determinar se os fundos foram desviados, as autoridades israelenses não deram nenhuma evidência convincente às agências da ONU nem aos parceiros de ONGs que trabalham na região.

Vários Estados-Membros anunciaram recentemente que as provas que lhes foram partilhadas não justificam as designações. 

“As tentativas de fechamento desses escritórios das organizações representam a mais recente de uma série de ações de Israel que estão limitando ainda mais a capacidade do trabalho de direitos humanos, humanitário e de desenvolvimento no Território Palestino Ocupado, que afeta todas as instituições que trabalham para promover os direitos humanos, o desenvolvimento e prestando assistência”, disseram as agências da ONU e a Associação de Agências de Desenvolvimento Internacional em um  comunicado.

A declaração reiterou outra anterior, emitida em novembro passado, defendendo que a legislação antiterrorista deve estar de acordo com as obrigações do direito internacional, particularmente o direito internacional humanitário e o direito dos direitos humanos. Isso inclui o pleno respeito pelos direitos à liberdade de associação e expressão.

“Pedimos ao governo de Israel que se abstenha de qualquer ação que impeça essas organizações de continuar seu trabalho crítico de direitos humanos, humanitário e de desenvolvimento no Território Palestino Ocupado”, concluiu o comunicado.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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