Falta de recursos pode agravar fome para 13 milhões de pessoas no Iêmen, diz ONU

PMA diz que serão necessários US$ 813 milhões para ajudar o país. Oito milhões de pessoas vão receber uma porção reduzida de comida em janeiro

O PMA (Programa Mundial de Alimentos) alertou nesta quarta-feira (22) que o dinheiro para continuar a fornecer assistência alimentar a 13 milhões de pessoas no Iêmen está se esgotando. Em janeiro, oito milhões de pessoas vão receber uma porção reduzida de comida, e outros cinco milhões, em risco iminente de fome, devem continuar com a alimentação completa. 

De acordo com o PMA, serão necessários US$ 813 milhões para seguir fornecendo comida até maio. Em 2022, a agência precisará de US$ 1,97 bilhão para continuar prestando assistência alimentar. 

A diretora regional do PMA para o Oriente Médio e Norte da África, Corinne Fleischer, afirma que, cada vez que a quantidade de alimentos é reduzida, mais pessoas correm o risco de morrer de fome. Nas palavras dela, “tempos de desespero exigem medidas desesperadas”, e os recursos precisam ser priorizados para pessoas em estado mais crítico. 

Iemenitas dependentes de ajuda humanitária aguardam acesso à água potável (Foto: UNPD/Iemen)

O PMA destaca que, sem novos financiamentos, os cortes mais severos serão inevitáveis. Isso poderia eliminar completamente os programas de assistência alimentar e reduzir o tratamento da desnutrição e alimentação escolar para crianças.

A chefe do PMA afirma que os iemenitas estão mais vulneráveis do que nunca, sofrendo com o conflito e o aprofundamento da crise econômica que levou milhões à miséria. Os preços dos alimentos mais do que dobraram em grande parte do Iêmen, este ano, e a violência continua a forçar famílias a fugir.  

Segundo a agência, nos últimos três meses, o consumo inadequado de alimentos subi rapidamente, afetando metade das famílias, à medida que a desvalorização do rial iemenita, a moeda do país, e a hiperinflação levam a economia à beira do colapso.  

A diretora afirma que os estoques de alimentos no Iêmen estão “perigosamente baixos” num momento em que os orçamentos para crises humanitárias em todo o mundo se esgotam. 

Ela pediu aos doadores para evitar uma catástrofe no país. Mais de 16 milhões de pessoas, ou metade da população do Iêmen, passam fome aguda. Entre as crianças, 2,3 milhões correm risco de desnutrição. 

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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