Funcionários da ONU são suspeitos de participar do ataque do Hamas contra Israel

EUA suspenderam temporariamente o financiamento de agência das Nações Unidas enquanto uma investigação é conduzida

A ONU (Organização das Nações Unidas) disse nesta sexta-feira (26) que abriu uma investigação para apurar a possível participação de funcionários de sua Agência de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) nos ataques realizados pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que deram início ao conflito na Faixa de Gaza.

“As autoridades israelenses forneceram à UNRWA informações sobre o alegado envolvimento de vários funcionários da UNRWA nos horríveis ataques a Israel em 7 de outubro”, disse a agência em comunicado assinado pelo comissário-geral Philippe Lazzarini.

No mesmo texto, ele confirma que os contratos dos trabalhadores suspeitos de participação nos ataques foram imediatamente rescindidos, a fim de “proteger a capacidade da agência de prestar assistência humanitária.”

Secretário-geral da ONU, o português António Guterres (Foto: UN Photo/Evan Schneider)

O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou após ser informado sobre as alegações de Israel. Em nota emitida pelo seu porta-voz, o português classificou as notícias como “extremamente graves” e se disse “horrorizado”.

A revelação também gerou uma manifestação do Departamento de Estado norte-americano, que suspendeu temporariamente o financiamento adicional para a UNRWA enquanto a investigação não é concluída.

De acordo com o órgão da diplomacia dos EUA, a ONU prometeu fazer uma “revisão abrangente e independente da UNRWA”, com a perspectiva de que haja total responsabilização de todos os que participaram dos “hediondos ataques de 7 de outubro.”

“Os Estados Unidos contataram o governo de Israel em busca de mais informações sobre estas alegações, e os membros do Congresso foram informados. Permaneceremos em contato com as Nações Unidas e o governo de Israel em relação a este assunto”, diz o comunicado assinado pelo porta-voz Matthew Miller.

“11 de setembro de Israel”

A ação do Hamas, classificada pelo Estado judeu como o “11 de setembro de Israel”, em referência aos ataques da Al-Qaeda em 2001 nos EUA, resultou nas mortes de mais de 1,2 mil pessoas. Em resposta, o país lançou uma ofensiva aérea e terrestre contra a Faixa de Gaza, que deixou até agora mais de 22,5 mil palestinos mortos, entre civis e militantes, segundo dados das autoridades de saúde locais.

A sangrenta estatística supera qualquer episódio anterior na história recente da região. Ultrapassa, inclusive, os 15 mil palestinos estimados como mortos no Nakba (“catástrofe”), êxodo consequente da perda de território que ocorreu durante a guerra árabe-israelense de 1948, segundo dados do Gabinete Central de Estatísticas da Palestina.

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