Tel Aviv e Beirute estão próximas de encerrar mais de um ano de hostilidades, em meio a intensos esforços diplomáticos liderados pelos Estados Unidos. O gabinete israelense deve se reunir nesta terça-feira (26) para aprovar um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, enquanto fontes libanesas indicam que um anúncio pode ser feito “nas próximas horas”. As informações são da Reuters.
Apesar dos avanços, a região permanece marcada por confrontos. Nesta segunda-feira (25), Israel realizou bombardeios aéreos nos subúrbios ao sul de Beirute, controlados pelo Hezbollah, como parte de sua ofensiva iniciada em setembro. Paralelamente, o grupo libanês continua a lançar foguetes contra alvos israelenses.
Uma fonte israelense confirmou à Reuters que o objetivo da reunião do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu será validar os termos do acordo. No entanto, o governo israelense mantém silêncio oficial sobre as negociações, enquanto representantes libaneses demonstram um otimismo cauteloso.
Os termos do acordo
De acordo com Elias Bou Saab, vice-presidente do parlamento libanês, o cessar-fogo inclui a retirada de tropas israelenses do sul do Líbano e a substituição por forças do exército libanês dentro de um prazo de 60 dias. Ele também revelou que um comitê internacional, presidido pelos EUA e com a participação de cinco países, como a França, irá monitorar a implementação do acordo.
Por outro lado, Israel mantém a exigência de preservar sua capacidade de realizar ataques no território libanês, um ponto que já gerou resistência por parte de Beirute. Danny Danon, embaixador de Israel na ONU, reforçou essa posição, indicando que o controle sobre a região do sul do Líbano ainda é uma questão estratégica para Israel.
Mediação e desafios
A intensificação do conflito entre Israel e Hezbollah ocorre em meio à guerra de Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza. As hostilidades aumentaram significativamente nos últimos dois meses, levando os EUA a intensificarem os esforços para estabilizar a região.
Embora o acordo represente um marco potencial, desafios permanecem. Segundo um diplomata ocidental, houve impasses sobre a sequência de ações para garantir o cumprimento do cessar-fogo, incluindo a retirada israelense, a mobilização do exército libanês e o retorno de deslocados às suas casas no sul do Líbano.