Nesta terça-feira (8), o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem, afirmou que o grupo militante libanês apoia os esforços em curso no Líbano para alcançar um cessar-fogo com Israel, após duas semanas de intensos bombardeios israelenses que resultaram na morte de seu líder. As informações são da Reuters.
Em um discurso televisionado, Qassem expressou seu apoio às iniciativas para conseguir uma trégua. Pela primeira vez, ele não fez referência à exigência de que a guerra em Gaza precise acabar para que os combates na fronteira entre o Líbano e Israel sejam interrompidos. Ele afirmou que, uma vez que o cessar-fogo seja alcançado, “a diplomacia poderá examinar outros detalhes”.
Qassem observou que as capacidades do grupo extremista permanecem “intactas” apesar dos bombardeios de Israel e que o Hezbollah não pretende “depor as armas”, embora apoie negociações para um cessar-fogo.
Ele acrescentou que o Hezbollah apoia os esforços do presidente do Parlamento, Nabih Berri, aliado do grupo, para garantir a interrupção dos combates, que se intensificaram nas últimas semanas devido às incursões terrestres israelenses e ao assassinato de líderes importantes do Hezbollah.
Durante o discurso, o vice-líder do Hezbollah reconheceu os “golpes dolorosos” sofridos pelo grupo devido às ações de Israel, incluindo a destruição de seus pagers e walkie-talkies, a morte do comandante Hassan Nasrallah e os bombardeios que também atingiram outros membros importantes da liderança.
Nasrallah foi morto em um ataque israelense em 25 de setembro deste ano, em outro pesado ataque aéreo contra Beirute. Na oportunidade, autoridades israelenses confirmaram que o bombardeio tinha como alvo o então chefe do Hezbollah, mesmo método adotado na operação contra Safieddine.
Depois de quase um ano de confrontos ao longo da fronteira, Israel intensificou sua ofensiva em 23 de setembro, resultando na morte de mais de 1,1 mil pessoas e no deslocamento de mais de um milhão, segundo dados oficiais.
Um ataque israelense em 27 de setembro resultou na morte do líder do partido xiita, Hassan Nasrallah, nos subúrbios ao sul de Beirute.
As potências ocidentais buscam uma solução diplomática, temendo que o conflito desestabilize o Oriente Médio, importante região produtora de petróleo. Israel ampliou suas operações militares no Líbano, realizando ações limitadas e direcionadas no sudoeste do país, além das já feitas no sudeste. Um porta-voz militar não informou o número de tropas envolvidas, mas o tenente-coronel Nadav Shoshani descreveu as operações como dinâmicas, com ataques rápidos e movimentação constante de tropas.