Por questões de segurança, militantes do Hezbollah optaram por substituir celulares por pagers antigos. Meses depois, os dispositivos explodiram simultaneamente de forma repentina em todo o Líbano na terça-feira (17). As informações são do Business Insider.
Um número não especificado de pagers, utilizados por membros do grupo militante apoiado pelo Irã devido ao risco de celulares serem hackeados ou rastreados, detonaram de maneira misteriosa. Como resultado, pelo menos nove pessoas morreram, incluindo uma criança, e quase três mil ficaram feridas, entre elas dezenas de militantes, segundo estimativas locais. O embaixador iraniano no Líbano foi uma das 2,8 mil pessoas feridas nas explosões simultâneas em Beirute e em outras regiões.
Os dispositivos explodiram ao mesmo tempo após receberem uma mensagem. Explosivos foram colocados ao lado da bateria de cada pager, juntamente com um interruptor para detonação remota, segundo informações do New York Times.
O Hezbollah e o Líbano culparam a agência de espionagem israelense Mossad por ter plantado os explosivos, atribuindo a tragédia a essa ação, e prometeram “justa retribuição”. O Estado judeu negou a responsabilidade. Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que Washington não estava envolvido nas explosões dos pagers e não tinha conhecimento de qualquer ataque antes do ocorrido.
Israel e o Hezbollah têm se confrontado repetidamente em ataques transfronteiriços desde o massacre do Hamas em 7 de outubro. O conflito entre esses dois inimigos históricos resultou no deslocamento de dezenas de milhares de pessoas no norte de Israel e no sul do Líbano.
O incidente com o pager na terça-feira ocorreu poucas horas após Israel anunciar que aumentaria a pressão militar sobre o Hezbollah para facilitar o retorno dos deslocados. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que um dos novos objetivos da guerra é “garantir que os moradores do norte voltem em segurança para suas casas”, e Israel se comprometeu a agir para atingir essa meta.
Made in Taiwan
Imagens que circulam nas redes sociais parecem mostrar pagers danificados da marca Gold Apollo, uma fabricante de eletrônicos taiwanesa pouco conhecida no cenário global, conforme relatou a CNN. Um dos modelos destacados nas fotos é o Gold Apollo AR924.
Hsu Ching-kuang, fundador e presidente da Gold Apollo, anunciou nesta quarta-feira (18) que a empresa firmou um contrato de licença com um distribuidor europeu para a fabricação e comercialização de seus produtos.
Hsu informou que a Gold Apollo detectou uma irregularidade nas negociações com um distribuidor, relacionada a uma transferência eletrônica que demorou a ser compensada. Um funcionário de segurança taiwanês afirmou à CNN que não há registro do envio de pagers da marca para o Líbano ou o Oriente Médio, com aproximadamente 260 mil unidades enviadas principalmente para os Estados Unidos e Austrália.