O Irã afirma ter obtido milhares de documentos secretos de Israel e promete torná-los públicos. Segundo o ministro da Inteligência iraniano, Esmail Khatib, os arquivos detalham o programa nuclear israelense, as relações diplomáticas do país e suas capacidades de defesa. As informações foram divulgadas pela emissora estatal do país e reproduzidas pela revista Newsweek.
A revelação acontece na esteira do ataque israelense contra o Irã, nesta sexta-feira (13), e em meio à pressão internacional sobre o programa nuclear iraniano. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acusa Teerã de realizar atividades atômicas não declaradas, o que reacendeu a desconfiança de potências ocidentais quanto às intenções do país. A eventual publicação dos supostos documentos israelenses acirraria ainda mais os ânimos no Oriente Médio.

Segundo Khatib, o material foi transferido “sob rigoroso sigilo” para locais seguros no Irã. “Falar em milhares de documentos seria um eufemismo”, declarou o ministro. Ele afirmou que o transporte exigiu “métodos confidenciais” e um período de “silêncio midiático”.
O Irã não explicou como teve acesso aos documentos nem confirmou se eles têm relação com o ciberataque realizado em 2023 contra um centro nuclear israelense. Segundo a mídia estatal, a operação faz parte de uma campanha de inteligência mais ampla. Nas últimas semanas, israelenses foram presos sob suspeita de espionagem para Teerã, o que aumentou as especulações sobre uma possível conexão com o caso.
Após o anúncio de Khatib, um perfil ligado às Forças Armadas do Irã publicou uma mensagem em hebraico nas redes sociais: “Agora sabemos todos os seus segredos”. A publicação pareceu coordenada para ampliar a pressão psicológica sobre o governo de Israel.