Irã limita oferta de contraceptivos pelo governo para aumentar população

População cresce menos de 1% ao ano, o que pode levar o país a se tornar o mais velho do mundo em 30 anos

O Irã limitou a oferta de contraceptivos em hospitais estatais em uma tentativa de aumentar o tamanho da população do país. O governo se preocupa com o baixo número de nascimentos e uma população cada vez mais envelhecida.

Segundo a BBC, a vasectomia não será mais realizada em centros médicos estatais e os contraceptivos para mulheres serão oferecidos apenas àquelas cuja saúde pode estar em risco. Hospitais particulares continuaram oferecendo os serviços normalmente.

O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, espera que o incentivo do governo ao crescimento da população leve ao aumento dos habitantes dos atuais 80 milhões para 150 milhões.

O crescimento anual da população do Irã caiu para abaixo de 1%, o que aumenta a possibilidade do país se tornar o país mais idoso do mundo nos próximos 30 anos, de acordo com o Ministério da Saúde iraniano.

Há dois anos, o Irã registrava crescimento populacional de 1,4%. De acordo com a agência de notícias iraniana Irna, o casamento e gravidez estão em declínio devido sobretudo com as dificuldades econômicas.

A taxa de casamentos no país caiu 40% em uma década, segundo o vice-ministro da Saúde Seyed Hamed Barakati.

Irã limita oferta de contraceptivos pelo governo para aumentar população
Iranianos sentados em frente à mesquita na capital Teerã (Foto: Bernard Gagnon/Wikimedia Commons)

Controle populacional

Após o boom de crescimento da população iraniana a partir de 1979, com a Revolução Islâmica, o governo passou a implementar uma política de controle populacional nos anos subsequentes.

Segundo o jornal alemão Deutsche Welle, antes da implementação das medidas, as mulheres iranianas tinham uma média de seis filhos.

O recorde foi uma reação ao apelos do então líder, aiatolá Ruhollah Khomeini, que queria criar um “exército de 20 milhões de soldados” durante a guerra com o Iraque, de 1980 a 1988.

O rápido crescimento populacional resultou em grandes índices de desemprego e um declínio no nível educacional, aponta o jornal britânico Financial Times.

A situação foi revertida após os governantes decidirem frear a explosão populacional que, em 1986, havia atingido o pico de crescimento de 3,2%. Um esquema de planejamento familiar diminuiu de forma drástica o crescimento familiar.

Em 2012, a média de filhos já havia caído dos seis para 1,6 por mulher. O ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad chegou a condenar o controle de natalidade, em 2010. Não foi apoiado pela maioria da população.

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