O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyyed Abbas Araghchi, reafirmou na segunda-feira (18) que o país está determinado a responder ao ataque aéreo israelense ocorrido em 26 de outubro. “Não renunciamos ao nosso direito de reagir contra os sionistas. Faremos isso no tempo e da forma que considerarmos adequados”, declarou à imprensa local, segundo o Young Journalists Club (YJC). As informações são da Newsweek.
O bombardeio israelense, direcionado a instalações militares iranianas, foi uma resposta ao lançamento de cerca de 200 mísseis balísticos disparados pelo Irã contra Israel, intensificando uma já tensa relação entre os dois países. O episódio é parte de um ciclo contínuo de hostilidades que tem atraído atenção internacional.
A declaração de Araghchi também trouxe à tona debates internos sobre a chamada “Promessa 3 de Sadegh”, nome potencial da próxima operação militar iraniana. Segundo a agência semioficial ISNA, líderes do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês) discutem os próximos passos em um momento em que as tensões regionais estão em alta. Operações anteriores, “Promessa 1 e 2 de Sadegh”, já estabeleceram precedentes para ações de represália.

Araghchi destacou a postura estratégica do Irã nos últimos meses: “Agimos com racionalidade e estratégia, sem nos deixar levar por emoções. Isso continuará sendo nossa base na Promessa 3 de Sadegh.”
Contexto geopolítico
Especialistas apontam que a resposta iraniana pode ser calculada para proteger seus interesses estratégicos na região. Ouvido pela reportagem, Beni Sabti, pesquisador do Instituto de Estudos de Segurança Nacional em Tel Aviv, acredita que o Irã prioriza atualmente a proteção do Hezbollah, aliado central em sua política regional.
“O foco no Hezbollah reflete a importância de manter sua influência no Líbano e, ao mesmo tempo, dissuadir possíveis ataques futuros”, observou.
Enquanto isso, a comunidade internacional segue monitorando os desdobramentos, com temores de que a escalada possa afetar a estabilidade no Oriente Médio. As tensões entre Irã e Israel são vistas como uma das mais sérias ameaças à paz na região, com implicações que podem se estender além das fronteiras locais.
“‘O momento certo e o lugar certo’ significa que eles vão esperar um pouco”, acrescentou Sabti.