Irã registra dois ativistas mortos sob custódia em menos de 24 horas

Peyman Golvani, um ativista político curdo, faleceu no domingo. Ele teria sido vítima de tortura assim como Mousa Esmaili

Dois presos políticos morreram nos últimos dias no Irã em um intervalo inferior a 24 horas. O curdo Peyman Golvani morreu no domingo (9), supostamente em consequência de ferimentos causados em sessões de tortura. Preso em 25 de junho, ele estava em um centro de detenção na cidade de Urmia, onde Mousa Esmaili faleceu em situação semelhante. As informações são da rede Radio Free Europe.

A família de Golvani tentou obter informações sobre sua prisão e possíveis acusações, mas as autoridades se recusaram a comentar. De acordo com a agência de notícias Kurdpa, o ativista havia se juntado a um partido de oposição curdo. O grupo de direitos humanos Hengaw denunciou os óbitos e pediu uma investigação independente.

Golvani morreu 14 dias após sua prisão (Fotos: redes sociais/reprodução)

De acordo com o Hengaw, Golvani foi encaminhado para um hospital em coma, com as forças de segurança usando como justificativa o fato de ele ter sofrido uma “queda de altura”.

No entanto, a irmã da vítima, a única integrante da família que teve acesso a ele no hospital, relatou à entidade de proteção aos direitos humanos que o ativista tinha inúmeros hematomas espalhados pelo corpo, rosto e cabeça, o que levou o grupo de direitos humanos a alegar que ele foi torturado.

Imagens nas redes sociais mostram que, após a morte de Golvani, protestos eclodiram na cidade de Mahabad, onde ele viva e foi preso pelas forças de segurança iranianas. O jovem curdo havia se casado há poucas semanas.

Golvani foi o segundo preso político que sucumbiu aos ferimentos no último fim de semana, enquanto o regime continua sua repressão brutal aos opositores. Organizações curdas de direitos humanos relataram também no domingo que Mousa Esmaili, um prisioneiro político de Piranshahr, na província iraniana de Azerbaijão Ocidental, também foi torturado até a morte.

Esmaili, de 35 anos, foi levado sob custódia sem um mandado de prisão no dia 7 de maio, quando teve seu carro apreendido por agentes de inteligência do regime islâmico. Segundo a Hengaw, as organizações de inteligência se recusaram a entregar o corpo para sua família para que pudesse ser velado.

De acordo com Hengaw, uma fonte próxima à família de Esmaili relatou que os oficiais de segurança os informaram que ele foi executado sem nenhum processo legal ou julgamento. Os oficiais não forneceram nenhuma justificativa ou documentação para a execução.

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