Falando ao Canal 14 de televisão israelense, no domingo (23), primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a “fase intensa” do combate ao Hamas em Gaza está quase terminando, o que permitirá o deslocamento das forças para a fronteira norte com o Líbano para enfrentar o Hezbollah, aliado do grupo militante palestino. Em sua primeira entrevista à imprensa local desde o início da guerra, em outubro, o premiê manifestou a expectativa de que a operação terrestre na cidade de Rafah, no sul do enclave, seja concluída em breve. As informações são da rede BBC.
“A fase intensa da luta contra o Hamas está quase no fim”, afirmou Netanyahu, acrescentando: “Isso não significa que a guerra como um todo esteja prestes a terminar, mas a fase intensa em Rafah está chegando ao fim”.
No entanto, ele enfatizou que “isso não significa que a guerra esteja prestes a terminar”, pois a ação continuará até que o Hamas seja completamente removido do poder. Referindo-se à escalada das hostilidades com o Hezbollah, que levantou temores de uma guerra regional mais ampla, ele afirmou: “Podemos lutar em várias frentes e estamos preparados para isso”.

Netanyahu sugeriu que a operação israelense de sete semanas em Rafah, que deslocou mais de um milhão de palestinos, poderia ser a última grande ofensiva da guerra. E acrescentou que as forças israelenses “continuariam a manter a pressão continuamente” e enfatizou: “Não vamos desistir.”
As autoridades israelenses descreveram Rafah como o último bastião do Hamas na Faixa de Gaza. No início de maio, tropas entraram na cidade, localizada no sul, próxima à fronteira com o Egito, apesar das preocupações globais sobre o destino dos civis palestinos abrigados lá.
O Hezbollah tem apoiado o Hamas desde os ataques de 7 de outubro, lançando mísseis, foguetes e drones contra o norte de Israel. Em resposta, mais de 37.620 pessoas foram mortas em Gaza durante a campanha militar israelense, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, controlado pelo Hamas.
As ações militares de Israel dentro do território libanês chegaram a matar um importante líder do Hezbollah em janeiro deste ano, quando um drone atingiu o sul do Líbano. O homem morto, identificado como Wissam al Tawil, era vice-chefe de uma unidade da força de elite Radwan do grupo extremista.
Acordo
Netanyahu também afirmou que estava disposto a um “acordo parcial” para garantir a libertação dos 116 reféns restantes ainda em cativeiro – dos quais 41 são considerados mortos – mas enfatizou seu compromisso em “destruir o Hamas”.
O Hamas, que exige um cessar-fogo permanente e a retirada total de Israel como parte de qualquer acordo, declarou que o comentário de Netanyahu demonstra a “clara rejeição” da proposta apresentada no mês passado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, e apoiada pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
A primeira fase do plano, apresentado por Israel e descrito por Biden, duraria seis semanas e incluiria um cessar-fogo temporário, resultando na libertação de alguns reféns. Na segunda fase, todos os outros reféns vivos seriam libertados durante uma “cessação permanente das hostilidades”, sujeita a novas negociações.
Em um discurso no parlamento de Israel na segunda-feira, Netanyahu afirmou que sua “posição não mudou” e que continuava “comprometido com a proposta israelense apoiada pelo presidente Biden”.