Na Turquia, Erdogan classifica protestos em universidade como ‘terroristas’

Grupo é contrário a nome forçado pelo presidente par assumir reitoria da Universidade Bogazici, em Istambul

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que não permitirá que as manifestações em uma universidade do país tomem proporções semelhantes aos protestos antigoverno de 2013, reportou a Reuters.

O chefe de Estado ainda classificou os manifestantes como “terroristas” e “desviantes LGBT”. A fala, de quarta (3), marcou os 30 dias após o início dos protestos de estudantes e professores da Universidade Bogazici, de Istambul.

O grupo é contrário à nomeação de Melih Bulu, acadêmico indicado por Erdogan como reitor da instituição. Em todo o mundo, preza-se pela independência na nomeação da reitoria como forma de blindar as universidade de investidas autoritárias por parte do governante de turno.

Erdogan aponta protestos como terroristas e ameaça atos em universidade turca
Acadêmicos manifestam contra nomeação de reitor indicado por Recep Tayyp Erdogan na Universidade Bogazici de Istambul, em 5 de fevereiro de 2021 (Foto: Twitter/Mark Bentley)

“Este país não será governado por terroristas“, disse o presidente a membros de seu partido, AK Parti. “Faremos o que for necessário para evitar isso. Segundo Erdogan, os jovens “carecem dos valores nacionais e espirituais” da Turquia.

Desde 4 de janeiro, a polícia turca deteve mais de 600 pessoas que desafiaram o veto do governo a manifestações. As autoridades prenderam 65 ativistas nesta quinta-feira (4), conforme a Reuters.

Os manifestantes defendem que o processo de eleição de Bulu foi antidemocrático e pedem por sua renúncia. O nomeado de Erdogan afirmou que “não pensa em renunciar” e que os protestos “estarão encerrados em seis meses”.

manifestação é uma dos maiores desde 2013. À época, centenas de milhares foram às ruas em todo o país contra o projeto de Erdogan de construir uma réplica de um quartel otomano no Parque Gezi, em Istambul.

Em países como a Hungria do premiê Viktor Orbán, aliada de Erdogan, uma das principais medidas para limitar a atuação de críticos foi o aparelhamento das principais universidades com nomes alinhados ao governo.

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