ONU: Agências buscam US$ 10 bilhões em Conferência de Doadores para a Síria

Evento de doadores realizado em Bruxelas busca fundos para financiar resposta humanitária na Síria em 2021

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

As Nações Unidas realizam, nesta terça-feira em Bruxelas, uma Conferência de Doadores para a resposta humanitária na Síria. No total, são precisos mais de US$ 10 bilhões para apoiar 24 milhões de sírios que precisam de ajuda no país e na região. No momento, há 4 milhões a mais do que no ano passado. 

Antes da reunião, chefes de três agências da ONU pediram que os doadores apoiem o apelo recorde, 10 anos após o início do conflito. 

Os líderes da Acnur (Agência da ONU para Refugiados) e Pnud (Agência da ONU para o Desenvolvimento) e do Ocha (Escritório de Coordenação para Assistência Humanitária) lembram que com o impacto adicional da pandemia, não existe trégua para os civis. 

Os sírios enfrentam ainda o aumento da fome e da pobreza, deslocamento contínuo e ataques contínuos. Cerca de 80% dos refugiados sírios estão em países vizinhos. Mas esses mesmos países lidam com os crescentes desafios socioeconômicos dentro de casa. 

ONU: Agências buscam US$ 10 bilhões em Conferência de Doadores para a Síria
Criança anda pelo acampamento de refugiados Kafr, na Síria, em janeiro de 2021 (Foto: Unicef/Khaled Akacha)

Ajuda 

Com o novo apelo, espera-se permitir a distribuição de alimentos, água e saneamento, serviços de saúde, educação, vacinação infantil e abrigo para milhões de pessoas. 

O dinheiro dos doadores também servirá para gerar oportunidades de emprego ou treinamento, acesso à educação nos sistemas nacionais para milhões de crianças e jovens em países como Jordânia, Líbano, Turquia, Iraque e Egito. 

O valor inclui pelo menos US$ 4,2 bilhões para a resposta humanitária dentro da Síria e US$ 5,8 bilhões para refugiados e comunidades anfitriãs na região. Em comunicado, o chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, disse que “as condições de vida em queda, declínio econômico e Covid-19 resultam em mais fome, desnutrição e doenças.” 

Segundo ele, o número de pessoas que precisam de ajuda é o maior desde o início da guerra. Lowcock disse ainda que “manter os padrões de vida básicos é um ingrediente essencial para uma paz sustentável”. Já o ato comissário para Refugiados, Filippo Grandi, acredita que “os ganhos conquistados ao longo dos anos estão em risco.” 

O administrador do Pnud, Achim Steiner, contou que a crise dos últimos 12 meses levou os sírios a um ponto de colapso. “A pobreza e a desigualdade disparam, à medida que centenas de milhares de pessoas perdem seus empregos e meios de subsistência”, disse.

Os países que abrigam refugiados “estão lutando para fornecer serviços básicos como saúde e água.” Na Conferência de Doadores, do ano passado, a comunidade internacional prometeu US$ 5,5 bilhões em financiamento para apoiar as atividades humanitárias na Síria.  

Tags: