Pobreza extrema atinge uma em cada seis crianças no mundo, aponta ONU

Números tendem a ser ainda maiores até que pandemia seja controlada, apontam Banco Mundial e Unicef

Uma pesquisa realizada pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e pelo Banco Mundial revela que uma em cada seis crianças vive em pobreza extrema no mundo.

De acordo com os dados levantados entre março e junho deste ano, 356 milhões de crianças vivem com uma média de US$ 1,90 por dia, ou menos. O valor corresponde a pouco mais de R$ 10.

A tendência, no entanto, é que o número de crianças vulneráveis só cresça até que a pandemia seja efetivamente controlada, estimam as instituições.

Hoje dois terços dos jovens em situação vulnerável vive na África Subsaariana. A região é marcada por diversos conflitos marcados pela violência entre grupos armados.

Pobreza extrema atinge uma em cada seis crianças no mundo, aponta ONU
Menina olha pela janela de sua sala de aula em uma das escolas mantidas pelo governo de Gana, em julho de 2020 (Foto: Unicef/Geoffrey Buta)

Com a pandemia, muito desses grupos avançam pela região com a facilidade nas fronteiras e com as dificuldades econômicas impostas pelas restrições de mobilidade para contenção do vírus.

“São números que já chocam a todos, mas sabemos que as dificuldades financeiras causadas pela pandemia só dificultarão as coisas”, disse o diretor de programas da Unicef, Sanjay Wijesekera.

“Os governos precisam de um plano de recuperação infantil urgente. Precisamos evitar que um número incontável de crianças e suas famílias atinjam níveis de pobreza nunca vistos por muitos anos”.

Metade é criança

Os dado são assustadores, disse a diretora global de pobreza do Banco Mundial, Carolina Sánchez-Páramo. Segundo ela, entre todos os pobres do mundo, 50% são crianças.

Além disso, os filhos mais novos são os mais vulneráveis: quase 20% das crianças com menos de cinco anos de idade depende de famílias extremamente pobres em todo o mundo.

O levantamento aponta ainda que todos os continentes registraram algum nível de redução da pobreza extrema desde 2013.

A única exceção é a África Subsaariana: a região possui 64 milhões de crianças a mais lutando para sobreviver em 2020, em comparação com 2017. O número corresponde à população da França.

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