ONU pede ‘apuração confiável’ de valas comuns descobertas em hospital de Gaza

Nos últimos três dias, profissionais de saúde encontraram quase 300 corpos de pessoas mortas e enterradas pelas forças israelenses em um hospital em Khan Yunis

No sábado (20), uma vala comum com quase 300 corpos foi encontrada no pátio do hospital Nasser, em Gaza. A descoberta surge após a retirada do exército israelense da cidade em 7 de abril, após uma ofensiva terrestre que durou quatro meses. As informações são da rede France24.

Muhammad al-Mughayyir, da agência de defesa civil palestina, confirmou a descoberta e disse que os esforços para recuperar os corpos continuariam até quinta-feira (25).

A ONU (Organização das Nações Unidas) manifestou grande preocupação nesta segunda-feira (22) sobre a descoberta e pediu uma investigação credível sobre os locais de sepultamento.

“É crucial que todos esses locais sejam completamente investigados de forma credível e independente”, afirmou o porta-voz Stephane Dujarric durante uma coletiva de imprensa, respondendo à descoberta de pelo menos 283 corpos em uma vala comum no Hospital Nasser, na cidade de Khan Younis, no sul.

Dujarric enfatizou a necessidade urgente de um cessar-fogo para encerrar o conflito em Gaza, destacando a importância de garantir acesso humanitário, proteger hospitais e libertar reféns.

Palestinos transportam os feridos para o Hospital Indonésio em Jabalia, ao norte da Faixa de Gaza, em 9 de outubro de 2023 (Foto: WikiCommons)

Ismail al-Thawabta, chefe de comunicação do governo do Hamas na Palestina, relatou que as pessoas foram mortas pelo exército israelense e enterradas em valas comuns.

Desde o ataque transfronteiriço do Hamas em outubro passado, que resultou em cerca de 1,2 mil mortes, Israel tem conduzido uma ofensiva severa na Faixa de Gaza. Os números de vítimas desde então são alarmantes, com mais de 34.151 palestinos mortos e 77 mil feridos, a maioria mulheres e crianças, em meio à devastação e à falta crítica de suprimentos básicos.

A guerra israelense resultou no deslocamento interno de 85% da população de Gaza, exacerbando uma crise humanitária com escassez crítica de alimentos, água potável e medicamentos. Além disso, cerca de 60% das infraestruturas do enclave foram danificadas ou destruídas, conforme relatado pela ONU.

O Estado judeu enfrenta acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça (CIJ). Uma decisão provisória emitida em janeiro exigiu que Tel Aviv interrompesse os atos genocidas e garantisse a prestação de assistência humanitária aos civis em Gaza.

Tags: