Polícia paquistanesa detém 12 suspeitos após ataque suicida que vitimou engenheiros chineses

Os presos não estavam diretamente envolvidos, mas ajudaram a planejar o atentado, segundo as autoridades de segurança

As forças de contraterrorismo no Paquistão realizaram uma série de operações que resultaram na detenção de 12 suspeitos ligados ao atentado da semana passada, que tirou a vida de cinco engenheiros chineses e seu motorista paquistanês. Um carro-bomba, conduzido por um terrorista suicida, foi usado no ataque. As informações são da agência Associated Press.

As autoridades locais anunciaram na segunda-feira (1º) que, embora os detidos não tenham sido os autores diretos do ataque, eles teriam prestado auxílio aos responsáveis pelo planejamento e execução do atentado a bomba contra os cidadãos chineses.

Algumas das pessoas detidas têm conexões com grupos militantes paquistaneses, conforme relataram autoridades sob condição de anonimato. Os suspeitos estão atualmente sob interrogatório, enquanto as investigações continuam em andamento.

Estrada em Shangla, local do atentado (Foto: WikiCommons)

As fontes acrescentaram que alguns dos suspeitos detidos foram responsáveis por transportar um veículo carregado de explosivos até Shangla, um distrito localizado na província de Khyber Pakhtunkhwa. Lá, um homem-bomba utilizou o veículo para atacar outro carro, resultando na morte de trabalhadores chineses.

Segundo autoridades paquistanesas e a mídia estatal, os corpos dos cinco cidadãos chineses foram enviados durante a noite de uma base aérea em Rawalpindi para Beijing. Salik Hussain, ministro para Paquistaneses no Exterior e Desenvolvimento de Recursos Humanos, acompanhou os corpos até a China.

O embaixador chinês, Jiang Zaidong, esteve na base aérea de Noor Khan quando os corpos foram levados para lá no domingo à noite (31). Ele expressou suas “sinceras condolências” às famílias das vítimas.

Insegurança

Os profissionais chineses que perderam a vida trabalhavam no projeto da hidrelétrica de Dasu, construída por uma empresa da China. O ônibus em que estavam os engenheiros fazia parte de um comboio que seguia de Islamabad para Daisu e foi atingido por um carro-bomba. O motorista, de nacionalidade paquistanesa, também morreu.

O primeiro-ministro Shehbaz Sharif fez uma visita à represa Dasu na segunda-feira, onde se encontrou com os funcionários chineses para garantir a segurança deles. Sharif assegurou que os responsáveis pelo ataque enfrentariam “punição exemplar”, destacando que o incidente foi uma tentativa de minar os laços entre o Paquistão e a China.

Tanto autoridades chinesas quanto paquistanesas estão realizando investigações separadas sobre o ataque, que gerou condenações em todo o país. Além disso, a China instou o Paquistão a garantir a proteção de seus cidadãos que trabalham em diversos projetos do Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC) em diferentes regiões do país.

Ações do gênero geralmente são conduzidas por grupos separatistas do Baluchistão, que têm os chineses na mira devido à insatisfação com o CPEC. No entanto, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, muito parecido com outro ocorrido em 2021 que vitimou nove cidadãos chineses que trabalhavam no mesmo projeto.

Os balúchis argumentam que o projeto bilionário de infraestrutura não tem beneficiado a região, enquanto outras províncias paquistanesas colhem os frutos. O caso gera protestos generalizados, e os chineses são vistos como invasores dispostos a extrair as riquezas da região.

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