Rússia e China fecham pacto com Houthis para segurança marítima no Mar Vermelho

Com seus navios seguros, Beijing e Moscou se comprometem e a oferecer 'apoio político' ao grupo iemenita nas Nações Unidas

Os rebeldes Houthis do Iêmen asseguraram à Rússia e à China a segurança de seus navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, segundo reportagem da Bloomberg.

Em troca, ambas as nações prometeram apoio político aos insurgentes apoiados pelo Irã, possivelmente incluindo o bloqueio de resoluções da ONU (Organização das Nações Unidas) no Conselho de Segurança. Em janeiro, o Conselho adotou uma resolução condenando os ataques houthis a navios, com Beijing e Moscou se abstendo.

As negociações entre diplomatas chineses, russos e rebeldes teriam acontecido em Omã. No início do ano, os Houthis visitaram Moscou para discutir a situação com o Ministério das Relações Exteriores russo. Na ocasião, as partes exploraram medidas para instar Israel e os EUA a resolverem o conflito em Gaza, onde dezenas de milhares de palestinos perderam a vida.

Em outubro de 2023, um destróier da Marinha dos EUA conseguiu neutralizar com sucesso uma ameaça composta por mísseis Houthi e drones no Mar Vermelho (Foto: WikiCommons)

Usando drones e mísseis em seus ataques, os Houthis começaram a atacar navios comerciais em novembro, sob o argumento de que eles servem a Israel e declarando apoio aos palestinos de Gaza durante no conflito entre Tel Aviv e o Hamas. 

Os EUA e o Reino Unido conduziram uma série de ataques aéreos contra os Houthis em retaliação. Como resultado das ofensivas, o frete ficou mais caro, gerando a expectativa de que a economia global seja afetada. Pela região passa cerca de 15% do comércio global.

O grupo iemenita se absteve de atacar navios da China e Rússia, aliados de Teerã, desde que não tenham conexões com o Estado judeu. Os EUA já haviam pedido a Beijing para pressionar o regime iraniano a conter as ações dos insurgentes.

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