Chefe da Defesa do Reino Unido insta membros da Otan a aumentar gastos para 2,5%

"Achamos que em um mundo mais perigoso, isso faria sentido", argumentou Grant Shapps

Nesta quarta-feira (24), o secretário da Defesa britânico instou todos os membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a aumentarem seus gastos com defesa para 2,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em meio a um “mundo mais perigoso”. Grant Shapps destacou à rede Sky News que, dada a crescente incerteza global, ele considera sensato elevar o investimento em defesa para esse patamar.

Ele destacou que o primeiro-ministro Rishi Sunak apresentaria o argumento na próxima cúpula da aliança militar em Washington. “Argumentarei isso, e sei que o primeiro-ministro tem uma forte opinião sobre isso, quando formos à cúpula do 75º aniversário da Otan em Washington”, observou Shapps.

Grant Shapps, secretário de Defesa britânico (Foto: Number 10/Flickr)

Durante uma conferência de imprensa com Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan, em uma base militar na Polônia, Sunak anunciou na terça-feira (23) que financiou integralmente os planos para elevar os gastos com defesa para 2,5% do PIB do país até 2030.

“Nossa segurança nacional é nossa prioridade máxima. Embora as ameaças não sejam novas, a colaboração entre elas e suas tentativas de remodelar a ordem mundial exigem uma resposta robusta”, afirmou, referindo-se às crescentes preocupações com a Rússia, o Irã, a Coreia do Norte e a China.

O aumento nos gastos com defesa é uma das principais preocupações da Otan, como destacou Stoltenberg, uma vez que menos de um quarto dos membros alcançaram a meta da aliança, conforme os números indicam.

Gastos militares em alta

Os gastos militares globais alcançaram um marco sem precedentes em 2023, atingindo a cifra histórica de 2,44 trilhões de dólares, revelou o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) na segunda-feira (22).

Este aumento de 6,8% em relação a 2022 representa o crescimento anual mais significativo desde 2009, destacou o instituto, ressaltando que é o nono aumento consecutivo registrado.

Os Estados UnidosChinaRússiaÍndiaArábia SauditaReino UnidoAlemanhaUcrâniaFrança e Japão figuraram como os principais gastadores, com todos os 10 países apresentando aumentos em seus gastos militares durante o ano de 2023.

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