Um ex-membro da Força Aérea dos EUA, que estava sendo acusado de posse de pornografia infantil antes de fugir do país, confirmou em um vídeo de propaganda divulgado no começo desta semana que se alistou no exército russo. Ele afirmou categoricamente que não considera sua ação uma traição. As informações são do The Moscow Times.
Na segunda-feira (19), o Ministério da Defesa da Rússia divulgou em seu canal no Telegram uma entrevista com Wilmer Puello-Mota, que também é ex-membro do Conselho Municipal de Holyoke, no estado de Massachusetts, procurado nos EUA por acusações de pornografia infantil, aparentemente confirmando relatos de que ele deixou o país natal e se juntou ao exército russo.
“Eu sou Will, sou de Massachusetts, Boston”, diz Puello-Mota no vídeo do Ministério da Defesa.
Ele também se referiu à próxima eleição presidencial dos EUA, solicitando que as pessoas “pesquisem por conta própria” e consultem “fontes de mídia independentes para entender o que realmente está acontecendo”. Acrescentou, ainda, que “não se considera um traidor”.

Puello-Mota, de 28 anos, deixou os EUA no início do ano e, em abril, apareceu em vídeos e publicações nas redes sociais afirmando que planejava se alistar no exército de Vladimir Putin, após já ter participado de combates em uma cidade estratégica no leste da Ucrânia. No vídeo do ministério, Puello-Mota se vangloria de ter utilizado algumas das habilidades que aprendeu na Força Aérea dos EUA em benefício do Kremlin durante a guerra atual contra Kiev.
Ele é suspeito de ter fugido dos Estados Unidos em janeiro, desrespeitando uma ordem judicial enquanto aguardava julgamento em Rhode Island por posse de pornografia infantil.
O homem está atuando como operador de drones de reconhecimento nas forças militares russas que combatem na região de Donetsk, segundo o Ministério da Defesa da Rússia, que o descreveu como um “americano com cidadania russa” e um “ex-cidadão dos EUA”.
Em 2020, Puello-Mota foi detido em Rhode Island depois de chamar a polícia para relatar o roubo de sua arma de fogo. Quando os policiais chegaram, encontraram fotos nuas de uma adolescente de 17 anos em seu telefone. Ele foi acusado de posse de imagens sexualmente explícitas de uma menor e, posteriormente, enfrentou outras acusações por tentar enganar promotores e autoridades sobre o caso.
Puello-Mota serviu na Força Aérea dos EUA e foi destacado para o Afeganistão em 2015, quando tinha 19 anos, de acordo com registros de serviço obtidos pela rede NBC News.