O governo da Coreia do Sul avalia a possibilidade de enviar uma equipe de inteligência à Ucrânia para monitorar a suposta atuação de soldados norte-coreanos em apoio às tropas da Rússia na guerra. A informação foi divulgada pela agência de notícias Yonhap.
“Há uma possibilidade de que pessoal seja enviado à Ucrânia para monitorar as táticas e capacidades de combate das forças especiais norte-coreanas enviadas em apoio à Rússia”, disse uma fonte no setor de inteligência de Seul.
Ganharam força nas últimas semanas as alegações de que a Coreia do Norte já enviou soldados para reforçar as tropas da Rússia na guerra da Ucrânia. Na semana passada, a inteligência militar de Kiev disse que um batalhão composto por cerca de três militares norte-coreanos está sendo formado e seja encarregado de operações de alto risco e da defesa o território russo nas proximidades na região de Kursk, que desde agosto é palco de uma bem-sucedida invasão ucraniana.

A informação é compatível com outra divulgada nesta semana pelo jornal The Washington Post, segundo o qual “vários milhares” de soldados disponibilizados pela Coreia do Norte já estariam recebendo treinamento dentro da Rússia e serão enviados ao campo de batalhas até o final deste ano.
Há duas semanas, o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun, disse que é grande a probabilidade de que soldados norte-coreanos inclusive já tenham morrido na Ucrânia. A alegação reforça um relato da mídia ucraniana de que seis oficiais de Pyongyang foram mortos em um ataque com mísseis ucranianos perto de Donetsk.
Atualmente, Seul estima que até 1,5 mil norte-coreanos já estão em solo russo, ante à possibilidade de que esse número aumente para 12 mil no futuro. Em resposta, a Coreia do Sul não enviaria combatentes, mas membros da inteligência militar para analisar as táticas adotadas pelo inimigo ou mesmo para participar de interrogatórios com soldados capturados.
“Enquanto observamos os sinais de cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, as medidas de resposta serão tomadas em etapas”, afirmou a mesma fonte, segundo a qual o governo sul-coreano cogita inclusive enviar armas para reforçar as forças ucranianas.