Autoridades israelenses prendem novo grupo de espiões ligados ao Irã

Suspeitos têm entre 19 e 23 anos e planejavam matar um cientista nuclear israelense e o prefeito de uma grande cidade de Israel

Sete indivíduos foram detidos em Jerusalém Oriental, sob controle de Israel, por suspeita de estarem envolvidos em planos de ataques em nome do Irã, conforme informado pelos serviços de segurança israelenses. Este é o segundo incidente semelhante em dois dias. Em um comunicado conjunto, a agência de segurança interna Shin Bet e a polícia afirmaram que os suspeitos planejavam, sob orientação iraniana, assassinar figuras importantes. As informações são da BBC News.

Os suspeitos, todos homens entre 19 e 23 anos, são do bairro de Beit Safafa e não tinham antecedentes criminais. Eles planejavam matar um cientista nuclear israelense e o prefeito de uma grande cidade em Israel, conforme relataram as autoridades. Seis deles são cidadãos israelenses, e o outro tem residência permanente. O líder do grupo, Rami Alian, de 23 anos, foi recrutado por um agente iraniano e depois trouxe os outros seis para participar do plano.

Os suspeitos também receberam a missão de detonar uma bomba em um carro da polícia e lançar uma granada contra uma residência, em troca de aproximadamente 200 shekels (cerca de R$ 302 mil), conforme informaram as autoridades. A divulgação dessas prisões ocorreu um dia após os serviços de segurança de Israel terem anunciado a detenção de sete israelenses acusados de espionagem para o Irã.

Soldados dos Serviços de Segurança Israelenses (Foto: WikiCommons)

De acordo com um oficial de segurança, os suspeitos atuavam como uma “célula organizada”, em que cada membro tinha uma função específica. O oficial também destacou que os suspeitos já se conheciam do bairro e mantinham relações pessoais, o que facilitava a coordenação de suas atividades.

As autoridades informaram que os suspeitos realizaram diversas tarefas para seus contatos iranianos, incluindo pichar mensagens pedindo a libertação de reféns israelenses, vandalizar locais em Jerusalém e tirar fotos de vários pontos estratégicos.

O Irã é considerado o principal inimigo de Israel, e as tensões entre os dois países atingiram um nível crítico nos últimos anos. Israel se comprometeu a retaliar após um ataque com mísseis iranianos em 1º de outubro. A mídia local informou que Alian confessou ter realizado “atividades terroristas” com motivações nacionalistas.

De acordo com a polícia, Alian confessou aos investigadores que estava ciente de que estava trabalhando para iranianos e que seu objetivo era prejudicar a segurança nacional de Israel, mencionando a guerra em Gaza como motivação. Ele teria declarado: “Sinto orgulho de que um iraniano tenha me procurado”.

Isso parece ser a primeira rede de espionagem recentemente descoberta que é impulsionada principalmente por ideologia nacionalista, em vez de recompensas financeiras oferecidas pelas missões, embora os detalhes sobre todos os casos ainda sejam escassos.

As recentes prisões ocorreram em meio a um aumento das atividades, tanto públicas quanto secretas, entre Israel e o Irã, que incluem operações de inteligência e sabotagem nos respectivos países. Acredita-se que Israel tenha conseguido infiltrar os serviços de segurança iranianos, o que resultou em ataques e assassinatos. O Irã, por sua vez, frequentemente anuncia a prisão de supostos agentes de inteligência israelenses e a desarticulação de alegadas células de espionagem, embora não apresente evidências concretas para sustentar essas alegações.

Tags: