A Turquia declarou apoio à nova meta da Otan (Organização do tratado do Atlântico Norte) de elevar os gastos com defesa para 5% do PIB até 2035 e afirmou que já supera o patamar anterior de 2%. O anúncio foi feito por uma fonte do Ministério da Defesa turco na quinta-feira (26), durante um briefing em Ancara. As informações são da agência Reuters.
Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, a Turquia, que possui o segundo maior Exército da Otan, está entre os cinco principais contribuintes para as missões da aliança. O país pretende agora priorizar investimentos em seu projeto nacional de defesa aérea, conhecido como “Domo de Aço”, inspirado no sistema israelense “Domo de Ferro”.

“Estamos investindo em sistemas de defesa aérea, mísseis hipersônicos, balísticos e de cruzeiro, veículos não tripulados terrestres, navais e aéreos, além de porta-aviões, fragatas e tanques de nova geração”, afirmou a fonte.
Durante o voo de retorno da cúpula da Otan em Haia, o presidente Recep Tayyip Erdogan também defendeu a ampliação das capacidades de defesa aérea do país. “É muito importante para nós termos mísseis em várias altitudes e que funcionem em harmonia como os órgãos de um corpo”, declarou, ressaltando que os sistemas russos S-400, adquiridos em 2020, “não são suficientes”.
A compra dos S-400 motivou sanções dos EUA contra a Turquia, membro da Otan. Ancara considera a medida injusta e tem pedido repetidamente que as restrições sejam retiradas. Apesar das dificuldades, o governo segue investindo no desenvolvimento de sistemas locais de longo alcance, embora especialistas afirmem que o projeto completo do Domo de Aço ainda levará anos para se concretizar.
“Aumentamos nossas capacidades em mísseis, mas não vamos parar aqui. Estamos implementando um sistema de sistemas, que integrará defesas em diferentes altitudes, radares e guerra eletrônica”, disse Erdogan, segundo nota divulgada por seu gabinete.