A presença da China na América Latina segue em expansão. A China Railway Construction Corporation (CRCC), uma das maiores estatais do setor, garantiu o contrato para desenvolver o maior projeto ferroviário do Chile: a linha Santiago-Melipilla. O investimento de US$ 500 milhões marca mais um capítulo da Iniciativa Nova Rota da Seda, que busca ampliar a influência chinesa por meio de obras de infraestrutura em países em desenvolvimento. As informações são da Newsweek.
O projeto prevê a construção de uma linha ferroviária de 61 quilômetros, conectando a capital chilena à cidade de Melipilla. Segundo autoridades locais, a ferrovia terá capacidade para transportar até 60 milhões de passageiros por ano, além de cargas, e reduzirá o tempo de viagem de mais de uma hora para apenas 25 minutos. A conclusão está prevista para 2031.
Além disso, serão construídas nove estações, um centro de manutenção, 12 viadutos, sete passarelas, cinco passagens subterrâneas e seis novas pontes ferroviárias. O projeto também eliminará todas as passagens de nível da rota.

Impacto econômico e ambiental
Estima-se que a obra gere cerca de 12 mil empregos diretos e indiretos no Chile. O projeto ainda inclui medidas ambientais, como a proteção de espécies raras em áreas úmidas, uso de estacas pré-fabricadas para minimizar impactos no solo, barreiras acústicas e a recuperação dos canteiros temporários após o término das obras.
Estratégia chinesa na América do Sul
A ferrovia faz parte de uma série de investimentos da China em infraestrutura no continente. O presidente Xi Jinping reafirmou neste ano, durante o fórum China-CELAC, o compromisso de “unir forças” com a América Latina diante do protecionismo global. Ele também anunciou uma linha de crédito de US$ 9,2 bilhões e novos investimentos em setores como energia limpa, inteligência artificial e redes 5G.
Paralelamente, empresas estatais chinesas também devem participar da construção de uma ferrovia transcontinental de 4.500 km, ligando o Brasil ao porto peruano de Chancay, no Pacífico. O megaprojeto deve ultrapassar US$ 70 bilhões em custos.