República Tcheca fecha portas para diplomatas russos: entenda o que está por trás da decisão

Decisão marca endurecimento das relações diplomáticas e reforça alerta sobre segurança internacional no espaço Schengen

Em uma medida inédita, a República Tcheca anunciou na segunda-feira (29) a proibição da entrada no país para diplomatas russos não credenciados. A decisão foi tomada por preocupações crescentes com operações de sabotagem atribuídas a Moscou. As informações são da agência Anadolu.

“Por minha proposta hoje, o governo decidiu proibir a entrada na República Tcheca de diplomatas russos e portadores de passaportes de serviço que não possuam acreditação nacional do país”, declarou o ministro das Relações Exteriores, Jan Lipavsky, em sua conta na rede social X, antigo Twitter.

Ministro das Relações Exteriores tcheco, Jan Lipavsky (Foto: Pirátská strana/Flickr)

A medida vale para todos os aeroportos internacionais e sinaliza um endurecimento das relações diplomáticas entre Praga e Moscou.

“As operações de sabotagem estão aumentando, e não podemos correr o risco de agentes atuando sob cobertura diplomática. Estamos dando um exemplo para outros países e continuarei a pressionar por medidas mais rigorosas no âmbito do Acordo de Schengen”, acrescentou Lipavsky.

Em agosto, o ministro havia anunciado sua intenção de propor o fim da livre circulação de diplomatas russos na área do Espaço Schengen, dentro de um novo pacote de sanções da União Europeia (UE) divulgado em 19 de setembro.

Criado em 1985, o Espaço Schengen representa uma área onde os viajantes desfrutam da liberdade de movimento sem a necessidade de passar por verificações de passaporte nas fronteiras internas. Essa iniciativa aboliu os controles fronteiriços entre os Estados-membros, facilitando a circulação de pessoas dentro do bloco. Pelo menos 3,5 milhões de pessoas fazem uso dela todos os dias.

Nas últimas semanas, países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) têm manifestado preocupação com supostas violações do espaço aéreo russo, além de atos de sabotagem envolvendo infraestrutura crítica, incluindo cabos e instalações estratégicas, atribuídos por autoridades ocidentais à Rússia.

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