Uma nova exposição de arte de propaganda norte-coreana está provocando polêmica em Moscou. A mostra “Ombro a Ombro”, inaugurada na segunda-feira (13) no Museu da Vitória, apresenta ilustrações gráficas e caricaturas grotescas de soldados ucranianos sendo mortos em combate. O evento celebra o relacionamento histórico entre Rússia e Coreia do Norte, países que fortalecem sua cooperação em meio ao isolamento internacional. As informações são da Radio Free Europe.
A exibição inclui artefatos de guerra da década de 1950 até os dias atuais, retratando a aliança entre Moscou e Pyongyang desde a Guerra da Coreia. Entre os destaques estão esboços a lápis de tropas norte-coreanas lutando na região de Kursk, em referência às recentes incursões ucranianas no território russo.

Ouvido pela reportagem, B.G. Muhn, professor da Universidade de Georgetown e especialista em arte norte-coreana, “os desenhos a lápis continuam sendo uma das formas mais populares de arte na Coreia do Norte”. Ele explica que essas imagens, embora simples, funcionam como um instrumento visual de propaganda, exaltando a luta e o sacrifício em nome da nação. Neste caso, em apoio à Rússia.
De acordo com a reportagem, o conteúdo da mostra é “notavelmente violento e ideológico, comparável às propagandas visuais da Segunda Guerra Mundial”. As ilustrações apresentam ucranianos retratados de forma desumanizada e caricatural, reforçando a retórica de guerra.
Além das obras gráficas, o evento exibe supostas relíquias de campo de batalha, como cartas manchadas de sangue e um diário perfurado por uma bala. Apesar do teor explícito, a exposição é aberta a visitantes de todas as idades.
O diretor do Museu da Vitória, Aleksander Shkolnik, descreveu a iniciativa como “o auge de oito décadas de parceria entre os dois países autoritários, pelo triunfo da justiça e da bondade, e pela paz em nosso planeta”.
🇰🇵😵 The All-Russian Museum of Decorative Arts in Moscow has hung paintings by the DPRK, which depict North Korean soldiers fighting against Ukraine. pic.twitter.com/Vp9n6qbbCW
— The Ukrainian Review (@UkrReview) September 9, 2025