Um ataque realizado por homens fortemente armados terminou com a morte de cinco oficiais de polícia no norte de Burkina Faso, no domingo (31). Na ação, as forças de segurança reagiram, e a troca de tiros levou à morte de 15 dos homens que realizaram o ataque, segundo informou o governo local à agência Reuters.
A ação ocorreu na província de Sourou, perto da fronteira com o Mali. Nenhum grupo terrorista assumiu a autoria do atentado, que ocorreu numa região com forte presença de insurgentes ligados a dois grandes grupos terrorista, a Al-Qaeda e o Estado Islâmico (EI).
No início de outubro, um ataque semelhante empreendido por jihadistas terminou com a morte de 14 soldados do exército de Burkina Faso, deixando ainda sete militares feridos. A ação ocorreu na província de Sanmantenga, no centro-norte do pais.
Já na semana passada, mais uma ação do gênero deixou três soldados mortos e pelo menos nove feridos próximo à fronteira sul do país com a Costa do Marfim.
Por que isso importa?
Burkina Faso convive desde 2015 com a violência de grupos ligados à Al-Qaeda e ao EI, insurgência que levou a um conflito com as forças de segurança e desencadeou uma crise humanitária. Grupos armados lançam ataques ao exército e a civis, desafiando também a presença de milhares de tropas francesas e de forças internacionais.
Os ataques costumavam se concentrar no norte e no leste do país, mas agora estão se alastrando por todo o país. Pelo menos três ataques com explosivos ocorreram no oeste e no sudoeste de Burkina Faso no final de agosto, incluindo o primeiro com uma vítima fatal na região de Cascades.
O pior ataque jihadista já registrado em Burkina Faso ocorreu em 5 de junho, quando insurgentes incendiaram casas e atiraram em civis ao invadirem a vila de Solhan, no norte. Na ocasião, 160 pessoas morreram.
Desde que o conflito teve início, os ataques de ambas organizações extremistas já forçaram mais de 1,4 milhão de pessoas a fugirem de suas casas. Estima-se que 4,8 milhões de pessoas sofram de insegurança alimentar, com 2,9 milhões em situação de insegurança alimentar aguda.
Os grupos humanitários no país calculam que US$ 607 milhões seriam necessários para controlar a situação até o final de 2021. Apenas 24% desse valor já foi arrecadado, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas).
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no país: Al-Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.