Ataque de extremistas deixa 14 militares mortos no norte de Burkina Faso

Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado, que ocorreu numa região com forte presença de insurgentes da Al Qaeda e Estado Islâmico (EI)

Um ataque empreendido por jihadistas levou à morte 14 soldados do exército de Burkina Faso, deixando ainda sete militares feridos. A ação ocorreu na província de Sanmantenga, no centro-norte do pais, no início da manhã de segunda-feira (4), pelo horário local. As informações são da agência Associated Press.

Nenhum grupo terrorista assumiu a autoria do atentado, que ocorreu numa região com forte presença de insurgentes ligados a dois grandes grupos terrorista, a Al Qaeda e o Estado Islâmico (EI).

Soldados das forças de Burkina Faso durante simulação de ataque terrorista na capital Uagadugu (Foto: U.S. Army/Divulgação)

“Estamos totalmente arrasados com o que aconteceu”, disse Abdoulaye Pafadnam, prefeito da cidade vizinha de Barsalogho. “Muitas forças de defesa e segurança foram enviadas para cobrir a área, e foi muito encorajador ver isso. Não pensávamos que tal ataque aconteceria em nossa zona. Mas, quando 12 soldados são mortos e o equipamento é levado embora, isso cria um grande medo“, disse ele, quando o número de mortos ainda não havia sido atualizado.

Por que isso importa?

Burkina Faso convive desde 2015 com a violência de grupos ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico (EI), insurgência que levou a um conflito com as forças de segurança e desencadeou uma crise humanitária. Grupos armados lançam ataques ao exército e a civis, desafiando também a presença de milhares de tropas francesas e de forças internacionais.

Os ataques costumavam se concentrar no norte e no leste do país, mas agora estão se alastrando por todo o país. Pelo menos três ataques com explosivos ocorreram no oeste e no sudoeste de Burkina Faso no final de agosto, incluindo o primeiro com uma vítima fatal na região de Cascades.

pior ataque jihadista já registrado em Burkina Faso ocorreu em 5 de junho, quando insurgentes incendiaram casas e atiraram em civis ao invadirem a vila de Solhan, no norte. Na ocasião, 160 pessoas morreram.

Desde que o conflito teve início, os ataques de ambas organizações extremistas já forçaram mais de 1,4 milhão de pessoas a fugirem de suas casas. Estima-se que 4,8 milhões de pessoas sofram de insegurança alimentar, com 2,9 milhões em situação de insegurança alimentar aguda.

Os grupos humanitários no país calculam que US$ 607 milhões seriam necessários para controlar a situação até o final de 2021. Apenas 24% desse valor já foi arrecadado, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas).

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no país: Al-Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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