Autoridades confirmam 160 mortos após pior ataque jihadista de Burkina Faso

Sobreviventes enterraram os corpos em três valas comuns após ataque à vila de Solhan, ao norte do país africano

O número de mortos no pior ataque jihadista já registrado em Burkina Faso subiu para 160, disseram autoridades locais. Insurgentes incendiaram casas e atiraram em civis ao invadir a vila de Solhan, ao norte do país, no sábado (5).

Os próprios sobreviventes enterraram os corpos em três valas comuns no domingo, reportou a BBC. Até então, as autoridades haviam contado 132 mortos, incluindo 20 crianças. A possibilidade é de que o saldo de assassinatos seja ainda maior ao final da investigação.

Nenhum grupo extremista assumiu a responsabilidade pelo ataque, classificado como “bárbaro” pelo presidente Roch Kabore. A suspeita é de que uma organização fundamentalista islâmica esteja por trás da violência, tendo em vista o avanço de jihadistas na África Ocidental.

Autoridades de Burkina Faso confirmam 160 mortos após pior ataque jihadista em anos
Vila de Solhan, Burkina Faso, data desconhecida (Foto: Reprodução/Twitter/Unicef Burkina Faso)

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, condenou o ataque. “Essa violência hedionda sublinha a urgência de a comunidade internacional redobrar o apoio na luta contra o extremismo violento”, disse.

Deslocamento forçado

Na sexta-feira, 14 pessoas foram mortas na comunidade de Tadaryat, a cerca de 150 quilômetros de Solhan. Em maio, outro ataque matou 30 civis no leste de Burkina Faso. A crise de segurança que se aprofunda no país africano já forçou o deslocamento de mais de um milhão de pessoas desde 2019.

O Sahel africano enfrenta a insurgência extremista desde que militantes dominaram grandes partes do norte do Mali em 2012 e 2013. O combate envolve ainda tropas do Chade, Mauritânia e Níger, com o apoio de tropas francesas.

As tropas de segurança da França afirmam que já frustraram diversos ataques graças à cooperação entre os serviços de inteligência regionais. Paris mantém 900 soldados em uma base militar na ex-colônia francesa. Outros 5,1 mil agentes atuam na Operação Barkhane – missão anti-jihadista lançada no Sahel em 2014.

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