Al-Shabaab ataca base militar e reconquista antigo reduto na Somália

Cidade de Amara, que o grupo jihadista havia perdido no início do ano, foi retomada após um ataque realizado na terça-feira

Combatentes do Al-Shabaab, grupo associado à Al-Qaeda, atacaram uma base militar e na sequência reconquistaram a cidade de Amara, na região central da Somália. O confronto entre os jihadistas e as forças de segurança nacionais ocorreu na terça-feira (24), e o número de mortos é incerto, segundo a agência Reuters.

Militantes do Al Shabaab lançaram um ataque a uma base do governo na cidade de Amara nesta manhã. As forças do governo, especialmente o Danab e o Darawish de Galmudug, retiraram-se da área, e o Al Shabaab assumiu o controle”, disse Farah Osman, residente de Amara.

Soldados do exército da Somália em ação contra o Al-Shabaab, em agosto de 2012 (Foto: AMISOM/Flickr)

Amara tem uma importância estratégica para os jihadistas, pois fica no caminho para Harardheere, cidade costeira também sob o comando do Al-Shabaab. A localidade esteve sob controle do grupo por cerca de dez anos, até que o governo recuperou a posição no início deste ano. Agora, Amara mudou de mãos novamente.

Além de conquistar as posições do exército, o Al-Shabaab conseguiu capturar armamento militar. Onze veículos blindados, 14 carros e 10 caminhonetes com metralhadora na caçamba passaram para as mãos dos terroristas.

Por que isso importa?

O Al-Shabaab luta para derrubar o governo somali e concentra seus ataques no sul e no centro da Somália. As atividades envolvem ataques a grupos de ajuda humanitária, extorsão contra a população local e a proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.

Dados apontam que os extremistas estiveram em 440 episódios violentos no país entre julho e setembro do ano passado – o maior número desde 2018.

O confronto, porém, atualmente pende para o lado do exército. O objetivo dos militares é reconquistar territórios vitais para a economia do país, numa ofensiva que já dura cinco meses e é comandada pelo general Odowaa Yusuf Rageh. Em determinadas missões, ele faz questão de liderar pessoalmente os militares. 

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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