A queda de um avião de carga no Sudão levantou especulações sobre a presença de cidadãos russos a bordo. O Ilyushin Il-76, originalmente do Quirguistão e operado pela New Way Cargo, uma transportadora sediada nos Emirados Árabes Unidos, foi abatido por forças paramilitares sudanesas em 21 de outubro no oeste do país. O avião, que levava suprimentos para os rebeldes da Força de Apoio Rápido (RSF) no Sudão, supostamente foi acidentalmente abatido pelos próprios combatentes na região de Darfur do Norte. As informações são da Newsweek.
As RSF do Sudão registraram em vídeo o local da queda do avião, onde foram encontrados um passaporte russo e documentos de “mercenários estrangeiros”. Segundo o Kyiv Independent, o incidente parece ter sido causado por um ataque de “fogo amigo”, já que a RSF está alinhada com mercenários russos. De acordo com uma reportagem da Newsweek de 21 de outubro, a Rússia está conduzindo uma investigação mais detalhada sobre o acidente.
Segundo relatos da RSF, o incidente aconteceu por volta das 4h da manhã, quando o comandante de campo Ali Rizkallah ordenou que seus soldados atirassem em uma aeronave de transporte, descrita como “tipo Antonov”. A RSF utilizou um míssil guiado para derrubar o avião, que mais tarde foi identificado como um Ilyushin Il-76 civil.
Pelo menos dois tripulantes morreram no acidente, embora o Il-76 geralmente opere com uma tripulação de cinco pessoas. Documentos encontrados nos destroços indicam que a tripulação pode ter sido composta por cidadãos russos experientes em pilotar aeronaves da era soviética. A carga a bordo provavelmente era de equipamentos militares, o que coincide com relatos de que os rebeldes da RSF estão recebendo apoio material dos Emirados Árabes Unidos, apesar das declarações de Abu Dhabi de que sua ajuda é de natureza humanitária.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia e o Ministério da Defesa dos Emirados Árabes Unidos não comentaram o incidente. Segundo reportagens da CNN, a RSF tem colaborado com o regime de Vladimir Putin através do grupo paramilitar Wagner Group na guerra em curso contra o governo do Sudão.
O Wagner foi o responsável por fornecer armas e mísseis à RSF, enquanto o líder de fato do Sudão, general Abdel Fattah al-Burhan, solicitou ajuda à Ucrânia no ano passado, apontando a interferência russa como um dos principais desafios para sua liderança, segundo o The Wall Street Journal.