A violência de grupos armados tem crescido em Tillaberi, região da tríplice fronteira entre Níger, Mali e Burkina Faso, no Sahel Central. O último ataque foi durante o segundo turno das eleições presidenciais nigerinas, no último dia 21.
Sete funcionários eleitorais morreram após o carro onde estavam atingir uma mina terrestre. Outros três trabalhadores ficaram gravemente feridos após a explosão, segundo a emissora Voice of Africa.
Só em janeiro, um ataque a duas aldeias rurais matou mais de 100 civis. Conforme a OWP (Organization for World Peace), grupos armados ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico aumentaram seu domínio sobre a área.
Além desses grupos, insurgentes da ISWAP (EI na Província da África Ocidental) e do Boko Haram estão ativos na fronteira sudeste do Níger. As organizações recrutam novos membros tirando vantagem da pobreza que acomete os habitantes da região.
Violência e pobreza
Além de o Níger ser uma das nações mais pobres do mundo, as recentes secas, enchentes e o surto de Covid-19 pioraram a situação. Cerca de 41,5% da população vivia em pobreza extrema em 2019, estimou o Banco Mundial, e o percentual deve crescer.
Sem recursos, governos têm pouca participação no dia a dia das comunidades e as patrulhas fronteiriças são insuficientes. As lacunas são vitais para grupos terroristas no recrutamento de jovens e para garantir reforço financeiro e político.
Membros do ISWAP, por exemplo, cavam poços, vigiam o roubo do gado e fornecem cuidados de saúde à população local. Civis pagam uma tributação pelos “serviços” e creditam aos terroristas o crescimento da renda e de comércios e serviços populares.
Em 2018, 167 eventos armados resultaram em 506 mortes. No ano passado, os conflitos armados subiram para 476 e pelo menos 1.046 civis foram mortos nas ofensivas.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.