Dissidência do Boko Haram ataca base da ONU na Nigéria e toma 25 reféns

Ataque ocorreu em cidade do estado de Borno, região dominada por extremistas; ONU não deu detalhes

Militantes do ISWAP (Estado Islâmico da Província do Oeste da África), dissidência do Boko Haram, invadiram uma base da ONU (Organização das Nações Unidas) e detiveram 25 funcionários humanitários na cidade de Dikwa, no nordeste da Nigéria.

A ação ocorreu na segunda (2), afirmou o jornal tailandês “Bangkok Post”. Os homens desalojaram as tropas da base militar e incendiaram o centro humanitário da unidade da ONU no estado de Borno, epicentro dos ataques jihadistas no norte nigeriano.

Uma fonte militar em condição de anonimato relatou que os funcionários foram mantidos em um bunker pelos extremistas. A ONU recebeu reforços militares, incluindo um jato-caça e um helicóptero, para repelir os agressores.

Dissidentes do Boko Haram atacam base da ONU na Nigéria e detêm 25 funcionários
Membros do ISWAP celebram afiliação de novo líder, em registro da agência de notícias do Estado Islâmico, Amaq, de novembro de 2019 (Foto: Reprodução/Amaq)

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stephane Dujarric, confirmou que houve “um incidente de segurança” na Nigéria, mas não deu detalhes sobre o caso, informou a revista de economia “Barron’s”, com informações da AFP.

O ataque teria ocorrido após o presidente nigeriano Muhammadu Buhari substituir os quatro principais comandantes militares do Exército. A decisão ocorreu após meses de pressão e o fracasso do governo na contenção do extremismo islâmico no país, segundo a emissora turca TRT World.

Violência do ISWAP

O ISWAP se separou do Boko Haram em 2016. Desde então, cresceu o número de ataques a soldados e a bases militares, além de sequestros de passageiros em postos de controle falsos.

A violência dos extremistas já se espalhou para Níger, Chade e Camarões. Na sexta (26), os militantes armados com metralhadoras invadiram Dikwa e forçaram a fuga de centenas de civis.

Pelo menos 75 mil dos mais de 130 mil habitantes da cidade vivem em acampamentos e dependem da doação de alimentos. Desde o início do conflito com o Boko Haram, em 2010, mais de dois milhões de civis se deslocaram e 36 mil foram mortos em ataques do grupo.

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