Dois ataques terminam com 57 mortos na República Democrática do Congo

Saldo de assassinatos é o maior já registrado em um único dia na região leste do país africano

Dois ataques em aldeias de Ituri, ao leste da República Democrática do Congo, terminaram com 57 pessoas mortas nesta segunda (31). O massacre, de acordo com a agência Reuters, aconteceu nos vilarejos de Boga e Tchabi, próximos à fronteira com Uganda.

O saldo de assassinatos é o maior já registrado em um único dia no país, segundo o watchdog Kivu Security Tracker. Autoridades locais atribuíram a violência às ADF (Forças Democráticas Aliadas). Com relação estreita com o Estado Islâmico, a milícia é a mais violenta entre os 122 grupos armados que vagam pelo leste congolês.

Dois ataques terminam com 50 mortos na República Democrática do Congo
Soldados da República Democrática do Congo em combate a terroristas na província de Ituri, ao leste do país, em fevereiro de 2015 (Foto: Divulgação/Monusco)

Oficiais relataram à agência turca Anadolu que o modus operandi do grupo rebelde é atípico. Os camponeses são mortos a facadas, geralmente à noite ou ao amanhecer, quando voltam ou se dirigem aos campos.

Em Boga, o ataque visou um grupo de deslocados, reportou a emissora TRT. A aldeia, assim como Tchabi, fica a cerca de 10 quilômetros da fronteira provincial de Ituri com Kivu do Norte – outra província vulnerável devido aos ataques terroristas e atritos étnicos que já se espalharam pela República Democrática do Congo.

As ADF mantêm a região leste do país como uma espécie de feudo através da violência desde o ano passado. Para conter os grupos armados, o presidente Félix Tshisekedi declarou estado de sítio no início de maio na região leste, que faz divisa com Uganda, berço do grupo.

Cerca de 1,3 mil civis foram mortos na região desde que as forças congolesas iniciaram a repressão contra as ADF, em novembro de 2019. As disputa derivam da exploração dos vastos recursos naturais, sobretudo de minerais, das províncias.

*Os números constantes da matéria foram atualizados no dia 4/6/2021

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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