Ataque do EI liberta 1,3 mil prisioneiros na República Democrática do Congo

Dois prisioneiros teriam morrido durante troca de tiros entre polícia e EI; mesma prisão já foi arrombada em 2017

Um ataque à prisão Kangbayi, de Beni, no nordeste da República Democrática do Congo, libertou mais de 1,3 mil detidos na última terça (20). O grupo extremista Estado Islâmico confirmou a autoria da ação.

Apenas 100 presos permaneceram na prisão, informou o prefeito de Beni, Modeste Bakwanamaha. Outros 20 retornaram logo após a fuga e um morreu no confronto, informou o porta-voz da ONU (Organização das Nações Unidas) no Congo, Mathias Gillmann.

Jornalistas locais, no entanto, apontam que dois internos foram mortos a tiros pela polícia durante a operação, registrou o jornal “The New York Times”, ainda na terça-feira (20).

Ataque do Estado Islâmico liberta 1,3 mil prisioneiros na República do Congo
Prisão de Beni, na República Democrática do Congo (Foto: Twitter/African Strategic Intelligence & Security Center)

Em entrevista à Reuters, as autoridades do presídio registraram que os extremistas arrombaram a porta com um equipamento elétrico. A mesma prisão já havia sido arrombada em 2017. À época, mais de 900 presos fugiram.

Mergulhada em violência, a região de Beni conta com pouco policiamento e registra aumento de ataques de grupos extremistas. O EI (Estado Islâmico) estaria ligado às Forças Democráticas Aliadas – grupo rebelde de Uganda que atua no leste do Congo há décadas.

Com aumento de violência em diversas regiões, autoridades da República Democrática do Congo tentam manejar as disputas entre grupos armados que buscam expandir o domínio de território.

Os questionamentos à legitimidade do presidente supostamente eleito no ano passado, Félix Tshisekedi, já enfraqueceram as instituições de todo país, o que dificulta o combate ao terrorismo interno.

De acordo com a ONG Lucha, a fuga da prisão libertou diversos criminosos perigosos. A organização instou as autoridades locais a agirem rapidamente.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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