Mais de 600 civis morreram na província de Ituri, no leste da República Democrática do Congo, nos primeiros seis meses deste ano. Outras 345 mil pessoas foram deslocadas pela violência, segundo dados divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas) na terça-feira (18).

Junto com os números, as Nações Unidas emitiram um alerta para a delicada situação de segurança na nação africana. Na semana passada, uma onda de ataques levou à morte de 40 pessoas em três dias, todas vítimas de ataques de grupos armados nas proximidades da cidade de Bunia.

“Condenamos veementemente esta violência e apelamos a todas as partes para que cumpram o direito humanitário internacional e as responsabilidades em matéria de direitos humanos”, diz comunicado assinado por Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral António Guterres. 

A violência é o maior problema do leste da RD Congo, com mais de uma centena de milícias armadas lutando para proteger suas comunidades ou para controlar os valiosos recursos minerais da região.

A situação é ainda mais delicada se considerado o panorama geral do país. A Organização Internacional para Migrações (OIM) disse em junho que há 6,1 milhões de deslocados internos na RD Congo, aumento de 17% em relação a outubro de 2022.

A ONU destaca ainda que milhões de congoleses enfrentam insegurança alimentar aguda e outras necessidades críticas. No geral, mais de 26 milhões de pessoas na RD Congo precisam de ajuda humanitária.

O problema é que falta dinheiro para atender a todas essas pessoas, pois só 30% do plano de resposta humanitária está financiado, segundo as Nações Unidas. Na região de Ituri, uma das mais atingidas pela violência, junto com Kivu do Norte, são 460 mil pessoas dependendo de apoio para sobreviver.