Exército da Somália e missão de paz lançam operações conjuntas contra o Al-Shabaab

Novas células de operações terão o objetivo de banir militantes do grupo extremista Al-Shabaab, organização associada à Al Qaeda

Forças Nacionais da Somália, com apoio da Amisom (Missão da União Africana na Somália), anunciaram na quarta-feira (22) o lançamento de operações conjuntas com o objetivo de banir militantes do grupo extremista Al-Shabaab, organização associada à Al Qaeda presente em grandes áreas rurais do centro e sul do país. As informações são do portal de notícias Garowe Online.

De acordo com as autoridades, o trabalho contra os terroristas, que têm causado estragos dentro e fora do país, será coordenado a partir de um centro baseado no quartel-general do Setor Um, operado em conjunto por oficiais da Amisom e do exército somali.

O general Odowaa reiterou o compromisso do exército da Somália e celebrou a aliança com a Amisom, que irá administrar Células de Coordenação de Operações Conjuntas em todas as áreas de responsabilidade da missão.

Exército da Somália e Amisom durante operação nos arredores de Mogadíscio (Foto: AMISOM/Flickr)

“O sucesso desses centros dependerá do relacionamento entre as forças nacionais e a Amisom, e de como elas se coordenam na delegação de trabalho aos setores para uma execução e implementação bem sucedida”, disse ele.

O centro agora fica localizado dentro da capital Mogadíscio, de onde servirá a outros seis locais onde a Amisom está sediada. As tropas da Missão da União Africana na Somália têm seis setores em todo o país, onde militares de diferentes nações estão servindo.

O comandante Adjunto da Força, major general Shume, disse que o lançamento do centro foi um marco importante para atingir um objetivo comum de ter centros totalmente operacionais em todo o país.

“Estaremos planejando, coordenando e sincronizando em conjunto as operações atuais e futuras. Portanto, seremos capazes de otimizar a utilização do apoio de combate e do apoio de serviços de combate juntos enquanto planejamos nossas operações”, disse o oficial.

A Amisom tem cerca de 22 mil soldados servindo na Somália e está no país desde 2007. Quênia, Djibuti, Etiópia, Uganda e Burundi são algumas das nações que contribuem com tropas. Há expectativa de que a missão seja reestruturada no final deste ano.

Jihadistas matam nove no Chade

Nove pessoas morreram em um ataque a uma vila na área do Lago Chade na terça-feira (21), uma perigosa área próxima à fronteira com Camarões, reduto de extremistas, informou a Voice of America (VOA).

“Elementos do Boko Haram atacaram Kadjigoroum, mataram nove pessoas e incendiaram a vila”, relatou à agência AFP o governador regional Mahamat Fadoul Mackaye .

Combatentes do Boko Haram e um grupo dissidente rival, o Estado Islâmico (EI) na Província da África Ocidental, vêm usando a região há anos como um refúgio para atacar tropas e civis.

Por que isso importa?

O Al-Shabaab luta para derrubar o governo somali e concentra seus ataques no sul e no centro da Somália. As atividades envolvem ataques a grupos de ajuda humanitária, extorsão contra a população local e a proteção de terroristas internacionais que se escondem no país.

Dados apontam que os extremistas estiveram em 440 episódios violentos no país entre julho e setembro do ano passado – o maior número desde 2018.

O confronto, porém, atualmente pende para o lado do exército. O objetivo dos militares é reconquistar territórios vitais para a economia do país, numa ofensiva que já dura cinco meses e é comandada pelo general Odowaa Yusuf Rageh. Em determinadas missões, ele faz questão de liderar pessoalmente os militares. 

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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