Moçambique integra alerta do Unicef sobre surto de cólera em 11 países

Agência da ONU diz que situação é de emergência. Vinte e oito milhões de pessoas são afetadas, especialmente crianças

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o surto de cólera que atinge 11 países do leste e do sul da África é uma emergência que ameaça principalmente as crianças.

Segundo a agência, 28 milhões de pessoas precisam de ajuda em nações como MalauiMoçambique, Somália, Quênia, Etiópia, Zâmbia, Sudão do Sul, Burundi, Tanzânia, Zimbábue e África do Sul.

Para atender as necessidades da população infantil, o Unicef está solicitando um financiamento de US$ 171 milhões.

Os casos de cólera aumentaram dramaticamente na África no início de 2023 (Foto: OMS/Divulgação)

A verba destinada para Malauí e Moçambique tem como objetivo lidar com as inundações causadas pelo ciclone tropical Freddy. A catástrofe elevou o risco de propagação do cólera nesses dois países.

O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos de Moçambique, Carlos Mesquita, disse à ONU News, em Nova York, que a fronteira com o Malaui é uma zona de preocupação.

“Nós temos uma fronteira, portanto, enorme com o Malaui, que começou a registrar casos de cólera e está numa situação bastante preocupante. Mas nossas populações circulam e penso que, nessa base, começamos a registrar casos também na zona fronteiriça. Depois, já dentro de Moçambique também, com a mobilidade das pessoas, isso vai atingindo outros setores”.

Água tratada

De acordo com o ministro, o Ministério da Saúde de Moçambique está atento e iniciou uma campanha de vacinação contra o cólera.

Já o Ministério das Obras Públicas, liderado por Carlos Mesquita, está contribuindo com a ampliação do fornecimento de água tratada.

“Estamos a fazer o nosso melhor também para fornecer mais água ainda às populações. Portanto, água devidamente tratada. E estamos a ter também mais atenção naquilo que são águas superficiais. Portanto, poços e não sei o que mais que as vezes a população também o faz e, quando há chuvas, esses poços acabam sendo, portanto, inundados. E depois, quando há circulação daquela água com os esgotos, há grandes riscos de trazer contaminações, seja de cólera, ou outras doenças hídricas”.

O Unicef está desenvolvendo planos individualizados de resposta à crise de cólera com base nas condições únicas de cada país afetado.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

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